Com informações da BBC - 29/12/2020
Satélites de madeira
A empresa japonesa Sumitomo Forestry e a Universidade de Kyoto uniram forças para desenvolver os primeiros satélites artificiais do mundo feitos de madeira.
A parceria começará com experimentos para testar diferentes tipos de madeira em ambientes extremos da Terra, pretendendo lançar o primeiro satélite de madeira até 2023.
A grande vantagem de satélites feitos de madeira é que eles queimariam na reentrada na atmosfera sem liberar substâncias nocivas ou fazer chover detritos no solo quando chegarem ao fim de sua vida útil.
"Estamos muito preocupados com o fato de que todos os satélites que reentram na atmosfera da Terra queimam e criam minúsculas partículas de alumina que vão flutuar na atmosfera superior por muitos anos," disse Takao Doi, professor da Universidade de Kyoto e astronauta, que visitou a Estação Espacial Internacional em março de 2008.
"Eventualmente, isso afetará o meio ambiente da Terra. A próxima etapa será desenvolver o modelo de engenharia do satélite, então iremos fabricar o modelo de voo," acrescentou Doi.
Já a Sumitomo Forestry foi bem mais reservada em seu pronunciamento, dizendo que a madeira que está sendo testada é um "segredo de pesquisa e desenvolvimento".
Lixo espacial
Existem cerca de 6.000 satélites circulando a Terra de acordo com o Fórum Econômico Mundial. Cerca de 60% deles já não funcionam, fazendo parte do chamado lixo espacial.
E o problema é crescente, com estimados 990 satélites sendo lançados todos os anos, o que significa que, até 2028, pode haver 15.000 satélites em órbita.
Isto representa uma ameaça crescente de lixo espacial que pode cair na Terra ou ficar no espaço correndo o risco de se chocar com satélites ainda funcionais.
Satélites de madeira poderão ajudar a lidar com o problema a partir do momento em que acordos internacionais forcem os países a somente autorizar o lançamento de novos satélites que sejam dotados de mecanismos para forçar sua reentrada na atmosfera ao final de sua vida útil.