Logotipo do Site Inovação Tecnológica





Espaço

Bússola quântica: A mãe de todos os sensores

Redação do Site Inovação Tecnológica - 19/08/2024

Bússola quântica: A mãe de todos os sensores
Modulador fotônico de silício de alto desempenho viabiliza a interferometria de átomos frios em equipamento miniaturizado.
[Imagem: Ashok Kodigala et al. - 10.1126/sciadv.ade4454]

Interferômetro atômico

Enquanto a NASA estreia seu interferômetro atômico espacial, que usa ondas de matéria para medir a gravidade e outras forças, pesquisadores apresentaram uma nova versão da mesma tecnologia para uso terrestre, mas com uma vantagem imbatível: Todo o aparato é ultraminiaturizado, cabendo dentro de um chip.

Desmonte um celular, um contador de passos ou óculos de realidade virtual, e dentro de todos eles você encontrará um pequeno sensor rastreando seu movimento e sua posição. Versões maiores e mais caras da mesma tecnologia, pouco maiores do que uma laranja, mas mil vezes mais precisas, permitem que navios, aviões e outros veículos naveguem com assistência dos satélites de posicionamento global.

Ashok Kodigala e colegas do Laboratório Nacional Sandia, nos EUA, usaram agora componentes fotônicos de silício para fazer a mesma coisa de modo melhor, executando uma técnica de detecção quântica chamada interferometria atômica, uma maneira ultraprecisa de medir várias forças, incluindo a aceleração e o movimento.

E não é só miniaturização: A inovação feita agora nesses sensores promete mudanças radicais, como o desenvolvimento de um tipo de bússola quântica, um conceito que permitirá a navegação até mesmo quando os sinais de GPS não estiverem disponíveis.

"Ao tirar proveito dos princípios da mecânica quântica, esses sensores avançados fornecem precisão incomparável na medição de aceleração e velocidade angular, permitindo uma navegação precisa mesmo em áreas sem GPS," reforçou o pesquisador Jongmin Lee, coordenador da equipe.

Bússola quântica: A mãe de todos os sensores
O chip modulador fotônico de quatro canais, medindo 8 milímetros de cada lado e marcado com o logotipo verde, fica dentro de uma embalagem que incorpora fibras ópticas, fios elétricos e pinos de cerâmica.
[Imagem: Craig Fritz]

De uma sala para um chip

Normalmente, um interferômetro atômico é um sistema de sensor do tamanho de uma sala. Uma bússola quântica completa - mais precisamente chamada de unidade de medição inercial quântica - exigiria seis interferômetros atômicos.

Mas a equipe encontrou maneiras de reduzir seu tamanho, peso e consumo de energia. Eles já substituíram uma bomba de vácuo grande e faminta por energia por uma câmara de vácuo pouco maior que uma laranja, e consolidaram inúmeros componentes, geralmente dispostos delicadamente em uma mesa óptica, por um único aparelho rígido.

Agora eles desenvolveram um modulador fotônico de silício, um componente que controla a luz dentro de um microchip, que substitui um sistema de laser convencional do tamanho de uma geladeira. Sem contar que o chip é resistente o suficiente para suportar vibrações que tornariam a "geladeira" inútil, e que um chip é várias ordens de grandeza mais barato do que um equipamento de grande porte.

Aqui também há ganhos além da miniaturização: Os moduladores geralmente criam ecos indesejados, chamados bandas laterais, que precisam ser atenuados. O novo modulador reduz essas bandas laterais em 47,8 decibéis, um número sem precedentes, resultando em uma queda de quase 100.000 vezes na geração desse ruído - essa é uma unidade mais frequentemente usada para descrever a intensidade do som, mas ela também aplicável à intensidade da luz.

Bússola quântica: A mãe de todos os sensores
A equipe chama sua tecnologia de bússola quântica.
[Imagem: Ashok Kodigala et al. - 10.1126/sciadv.ade4454]

Bússola quântica

Conforme essa tecnologia se aproxima da prontidão para uso em campo, a equipe está explorando outros usos além da navegação.

Os pesquisadores estão investigando se o interferômetro atômico poderia ajudar a localizar cavidades subterrâneas e recursos minerais detectando as pequenas mudanças que diferentes rochas fazem na força gravitacional da Terra. Eles também veem potencial para os componentes ópticos que inventaram, incluindo o modulador, nos radares de luz (LIDAR), na computação quântica e nas comunicações ópticas.

O grande plano da equipe - transformar os interferômetros atômicos em uma bússola quântica compacta - preenche a lacuna entre a pesquisa básica em instituições acadêmicas e o desenvolvimento comercial em empresas de tecnologia. Um interferômetro atômico é uma tecnologia comprovada nos laboratórios que pode ser uma excelente ferramenta para navegação negada nas ruas e estradas. Para isso, a equipe planeja torná-lo mais estável, testá-lo em condições reais em campo e baixar seu custo.

Bibliografia:

Artigo: High-performance silicon photonic single-sideband modulators for cold-atom interferometry
Autores: Ashok Kodigala, Michael Gehl, Gregory W. Hoth, Jongmin Lee, Christopher T. DeRose, Andrew Pomerene, Christina Dallo, Douglas Trotter, Andrew L. Starbuck, Grant Biedermann, Peter D. D. Schwindt, Anthony L. Lentine
Revista: Science Advances
Vol.: 10, Issue 28
DOI: 10.1126/sciadv.ade4454
Seguir Site Inovação Tecnológica no Google Notícias





Outras notícias sobre:
  • Sensores
  • Computação Quântica
  • Satélites Artificiais
  • Veículos Híbridos e Elétricos

Mais tópicos