Redação do Site Inovação Tecnológica - 14/04/2025
Vidro hidrofóbico
Pesquisadores desenvolveram uma nova técnica para tornar o vidro repelente à água, um recurso que promete melhorar a segurança em veículos, reduzir custos de limpeza dos edifícios e aprimorar sistemas de filtragem.
Tiexin Li e colegas da Universidade Curtin, na Austrália, desenvolveram um processo não tóxico que usa som e um sal especial para alterar a superfície do vidro, tornando-o hidrofóbico (resistente à água) ou eletricamente carregado.
As ondas ultrassônicas (24 kHz) criam bolhas microscópicas em uma solução de sal diazônio aplicada previamente sobre o vidro. Essas microbolhas colapsam rapidamente, criando pequenas explosões de calor e pressão que alteram permanentemente a superfície do vidro.
"Isso desencadeia uma reação que forma uma camada estável e orgânica no vidro, tornando-o permanentemente repelente à água ou carregado positivamente, dependendo do tipo de sal de diazônio usado. Ao contrário dos revestimentos convencionais, que se desgastam com o tempo, nosso método cria uma ligação química no nível molecular, tornando-o muito mais durável e ecologicamente correto," disse o professor Nadim Darwish, coordenador da pesquisa.
Como o processo é simples e escalonável, os pesquisadores já estão procurando parceiros na indústria levar a tecnologia para o uso industrial, especialmente nos setores automotivo, de construção e ambiental.
Aplicações possíveis
Modificar superfícies de vidro de forma simples e sustentável tem implicações de longo alcance em diversos setores.
"O vidro é usado em todos os lugares, de carros e prédios a filtros industriais, mas sua tendência natural de atrair água limita seu desempenho," disse Li. "Ao contrário dos revestimentos tradicionais, este filme não descasca, não se dissolve na água nem se deteriora, por isso ele é ideal para aplicações do mundo real, onde confiabilidade e durabilidade são essenciais. Isso pode significar para-brisas mais limpos em chuvas fortes, janelas de arranha-céus autolimpantes e painéis solares que permanecem livres de poeira."
Mas os testes mostraram que é mais do que isso. As modificações feitas no vidro podem ser controladas para que ele apresente uma propriedade inesperada: A capacidade de facilitar a adesão de bactérias, fungos e algas. Embora isso pareça inadequado em termos de limpeza, industrialmente pode ser muito vantajoso.
"Isso é muito animador, já que podemos adaptar as propriedades do vidro para usos específicos, incluindo sistemas avançados de filtragem e produção de biocombustíveis," disse Zane Datson, membro da equipe. "Por exemplo, o vidro revestido pode ajudar a ligar leveduras na fabricação de cerveja, capturar bactérias em sistemas de filtragem de águas residuais ou atuar como uma barreira química para microrganismos em filtros de ar."
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