Redação do Site Inovação Tecnológica - 26/11/2024
Robô para consertar satélites
Está pronto o primeiro robô-mecânico espacial, um conjunto de braços robóticos projetados especificamente para consertar satélites artificiais em órbita.
"Esta colaboração abre o caminho para novas oportunidades de manutenção para satélites comerciais e governamentais, permitindo inspeções em proximidade, ajustes orbitais, atualizações de hardware e reparos," disse Bernie Kelm, do Laboratório de Pesquisas Navais dos EUA. "Criamos hardware e software avançados para voos espaciais que melhorarão significativamente as operações de manutenção de satélites, incluindo todos os controles robóticos."
A capacidade de se aproximar, capturar e eventualmente consertar satélites só existiu durante a vida útil dos ônibus espaciais, ainda assim limitada à órbita baixa. Mas a maioria dos satélites importantes está em órbita geossíncrona, a cerca de 36.000 km de altitude, e consertá-los pode não apenas evitar os custos milionários de sua reposição, como também diminuir a criação de mais lixo espacial.
Além disso, para compensar a falta de manutenção, os satélites são equipados com sistemas de redundância e com excesso de combustível, levando a um aumento na complexidade, no peso e no custo de fabricação e lançamento.
Uma nave equipada com braços robóticos, por sua vez, significará que os satélites poderão ser consertados em órbita, além de receberem atualização com base em novas tecnologias e novos hardwares, estendendo sua vida útil.
E há um adicional importante: Esses robôs poderão se mostrar capazes de servir como operários para a construção de grandes estruturas em órbita, que poderão incluir um próximo grande observatório, estações de energia solar ou mesmo estações espaciais. "Nós esperamos que ele eventualmente leve a naves espaciais mais modulares e mais fáceis de manter," disse Glen Henshaw, membro da equipe.
Manutenção Robótica de Satélites
O robô espacial integra dois conjuntos de tecnologias: IRP, sigla em inglês para "Carga Útil Robótica Integrada", e RSGS, sigla em inglês para "Manutenção Robótica de Satélites Geossíncronos".
O protótipo foi testado em uma câmara de vácuo termal, um equipamento destinado a colocar os satélites e sondas espaciais em condições de pressão e temperatura similares às que eles encontrarão no espaço.
Os engenheiros testaram todos os aspectos do robô, incluindo aviônica, câmeras e luzes, e demonstraram todas as operações com cada um dos seus dois braços robóticos, incluindo implantações de travas de lançamento, calibrações e troca de ferramentas. O teste também verificou as comunicações, a conformidade robótica e os modos de controle de servo visual.
"A equipe passou quase 10 anos focada no objetivo de concluir esta primeira carga útil de manutenção robótica do gênero," disse William Vincent, gerente do projeto, que comparou a colocação do IRP na câmera de vácuo termal para os testes iniciais a levar o filho para a faculdade pela primeira vez.
Na verdade, a plataforma básica (RSGS) já consumiu mais de duas décadas de trabalho. Se esse conjunto de oficina mecânica robótica espacial se tornar operacional, no futuro próximo o conserto de satélites promete estender a vida útil desses equipamentos não apenas consertando-os ou reabastecendo-os, mas também atualizando uma variedade de capacidades, incluindo novos recursos eletrônicos, de propulsão e sensores.