Satélite Cbers-4 é lançado e já envia sinais para a Terra

Redação do Site Inovação Tecnológica - 08/12/2014

O satélite foi lançado pelo foguete chinês Longa Marcha 4B.
[Imagem: MCTI/divulgação]

Cbers-4

O satélite sino-brasileiro de sensoriamento remoto Cbers-4 foi lançado neste domingo da base de Taiyuan, a 700 quilômetros da capital chinesa.

Este é o quinto equipamento de sensoriamento remoto produzido em parceria pelo Brasil e a China e foi construído em tempo recorde depois que uma falha no foguete chinês causou a perda do Cbers-3.

O satélite foi lançado pelo foguete chinês Longa Marcha 4B. Quando atingiu o ponto ideal da órbita, um comando liberou a trava do dispositivo que prendia o Cbers-4 ao foguete. Impulsionado por molas, o satélite afastou-se do lançador e entrou em órbita 12,5 minutos após o lançamento.

Segundo a Agência Espacial Brasileira (AEB), o Cbers-4 enviou os primeiros dados orbitais às 2h, quando atingiu 742,5 quilômetros de altitude. O satélite de sensoriamento remoto completa uma órbita em torno da Terra a cada 90 minutos e sua primeira passagem sobre o Brasil ocorreu às 10h do domingo.

Monitoramento ambiental do espaço

Entre as principais atribuições do novo satélite está o monitoramento do desmatamento na Amazônia.

Com duas toneladas e equipado com quatro câmeras, o Cbers-4 dará 14 voltas no planeta por dia. Em baixa resolução, ele faz imagens da Terra em cinco dias - em média resolução, esse tempo é 26 dias, e em alta resolução, 52 dias. São quatro câmeras de videomonitoramento, todas com resolução melhor do que as instaladas nos modelos anteriores.

De acordo com a AEB, as imagens do satélite, que são distribuídas gratuitamente para milhares de usuários, têm diversas aplicações na área de monitoramento ambiental, agrícola e planejamento urbano. A vida útil do Cbers-4 é estimada em quatro anos.

Iniciado nos anos 1980, o programa Cbers (sigla em inglês para China-Brazil Earth Resources Satellite) é coordenado pela AEB e desenvolvido pelo Inpe.

Parque espacial brasileiro

O CBers também é importante indutor da inovação no parque industrial brasileiro. A política industrial adotada para o programa permite a qualificação de fornecedores e contratação de serviços, partes, equipamentos e subsistemas junto a empresas nacionais.

A MUX, por exemplo, a câmera de média resolução do satélite, é a primeira câmera espacial inteiramente desenvolvida e produzida no Brasil. Com 20 metros de resolução e multiespectral, registra imagens em azul, verde, vermelho e infravermelho, em faixas distintas. Essas bandas espectrais têm funções bem calibradas visando seu uso em diferentes aplicações, principalmente no controle de recursos hídricos e florestais.