Com informações da AEB - 01/03/2021
Amazônia no céu
Foi lançado com sucesso neste domingo o satélite de observação Amazônia-1, primeiro satélite artificial totalmente projetado, integrado, testado e operado pelo Brasil.
Só o lançamento não foi nacional, sendo feito a partir do centro de lançamento Satish Dhawan, em Sriharikota, na Índia.
Sem imprevistos, a operação seguiu o curso planejamento e, em cerca de 17 minutos, o Amazônia-1 já estava em órbita. Ele ficará a uma altitude média de 752 km acima da superfície terrestre.
"O satélite executou as primeiras atividades previstas, como a abertura do painel solar, a estabilização de sua orientação em relação à Terra, a verificação preliminar de seus subsistemas e a colocação no modo de prontidão. Iniciamos neste momento a fase de teste para verificação do satélite e ajustes de sua câmera, o que permitirá obter a primeira imagem de alta resolução gerada pelo Amazônia-1," contou Clezio de Nardin, do Inpe.
"O satélite será fundamental para o monitoramento da Amazônia e outros biomas no Brasil, além de inaugurar uma nova era para a indústria brasileira de satélites," disse o astronauta brasileiro Marcos Pontes.
Monitoramento terrestre
O Amazônia-1 é o terceiro satélite brasileiro de sensoriamento remoto em operação, junto com o CBERS-4 e CBERS-4A. O equipamento vai fornecer imagens para monitoramento da Terra. Os dados gerados também serão úteis para atender o monitoramento da região costeira, reservatórios de água, desastres ambientais e estarão à disposição da comunidade científica, órgãos de governo e quaisquer interessados.
O equipamento integra a Missão Amazônia, que tem, por objetivo, fornecer dados de sensoriamento remoto para observar e monitorar especialmente a região amazônica, além de monitorar a agricultura no pais, a região costeira, reservatórios de água e florestas (naturais e cultivadas). Há, ainda, a possibilidade de uso do satélite para observações de possíveis desastres ambientais. A Missão Amazônia pretende lançar, em data a ser definida, mais dois satélites de sensoriamento remoto: o Amazônia-1B e o Amazônia-2.
Entre os ganhos tecnológicos que a missão deverá render ao país destacam-se a consolidação do conhecimento do Brasil no ciclo completo de desenvolvimento de satélites; o desenvolvimento da indústria nacional dos mecanismos de abertura de painéis solares, o desenvolvimento da propulsão do subsistema de controle de atitude e órbita na indústria nacional e a consolidação de conhecimentos na campanha de lançamento de satélites de maior complexidade.
Amazônia-1
Com seis quilômetros de fios e 14 mil conexões elétricas, o Amazônia-1 é o terceiro satélite brasileiro de sensoriamento remoto.
É um satélite de órbita Sol-síncrona (polar) que irá gerar imagens do planeta a cada 5 dias. Para isso, ele possui um imageador óptico de visada larga (câmera com 3 bandas de frequências no espectro visível VIS e 1 banda do infravermelho próximo) capaz de observar uma faixa de aproximadamente 850 km, com 64 metros de resolução.
Sua órbita foi projetada para proporcionar uma alta taxa de revisita (5 dias), tendo, com isso, capacidade de disponibilizar uma significativa quantidade de dados de um mesmo ponto do planeta. Sob demanda, o Amazônia-1 poderá fornecer dados de um ponto específico em dois dias. Esta característica é extremamente valiosa em aplicações de observação da Terra, pois aumenta a probabilidade de captura de imagens úteis diante da cobertura de nuvens na região.
Os satélites da série Amazônia são formados por dois módulos independentes: um Módulo de Serviço, que é a Plataforma Multimissão (PMM), e um Módulo de Carga Útil, que abriga câmeras imageadoras e equipamentos de gravação e transmissão de dados de imagens.