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Espaço

Kinect vai guiar atracação de satélites no espaço

Redação do Site Inovação Tecnológica - 30/05/2012

Kinect vai guiar atracação de satélites no espaço
Um mecanismo de atracação autônomo e simples como esse poderá ser usado no futuro para a construção de estruturas maiores no espaço, usando os nanossatélites como "tijolos" para a criação de equipamentos mais sofisticados.
[Imagem: SSTL]

Nanossatélites

Engenheiros da Universidade de Surrey e da empresa SSTL (Surrey Satellite Technology Ltd) planejam enviar um XBOX Kinect para o espaço.

A tecnologia do controlador da Microsoft, que já está sendo em controles remotos sensoriais e até em projeções quase holográficas, agora será usado para controlar a navegação de satélites artificiais.

O projeto consiste em usar o Kinect para conduzir uma manobra de atracação de dois nanossatélites.

Também conhecidos como cubesats - ou formados pela união de vários cubesats - os nanossatélites são satélites artificiais pequenos e baratos. Com um tamanho médio de uma caixa de sapatos, eles são também muito leves, o que significa que seu lançamento é barato, podendo compartilhar o mesmo foguete com outras missões.

A NASA inaugurou recentemente uma categoria ainda menor, os picossatélites, cubos com cerca de 10 centímetros de lado. Eles viajam a bordo de um rack que, quando chega ao espaço, faz a ejeção dos picossatélites.

Celular e Kinect no espaço

Os engenheiros ingleses estão apostando no uso espacial de tecnologias já disponíveis no mercado, com vistas a baixar ainda mais o custo da exploração espacial.

Seu primeiro projeto, anunciado em Janeiro do ano passado, está preparando o lançamento de um nanossatélite controlado por um telefone celular - o celular escolhido foi um Google Nexus One.

Celular será enviado ao espaço para controlar nanossatélite

O lançamento do Strand-1 (Surrey Training Research and Nanosatellite Demonstration) está atrasado - agora previsto para o final de 2012 -, mas seus criadores já anunciaram o próximo projeto.

A missão Strand-2 deverá levar ao espaço um par de nanossatélites, quase idênticos ao Strand-1 - cada um deles mede 30 centímetros de comprimento.

O objetivo é ambicioso: fazer uma atracação dos dois nanossatélites no espaço, algo que até hoje só foi realizado por missões espaciais de grande porte.

Kinect vai guiar atracação de satélites no espaço
O Strand-1 irá ao espaço, possivelmente neste ano, controlado por um celular Google Nexus One.
[Imagem: SSTL]

Localização espacial

O controlador Kinect será usado para detectar a aproximação dos dois satélites no espaço, guiando-os até a atracação.

Os gêmeos Strand-2 serão lançados no mesmo foguete, mas ficarão ligeiramente separados quando atingirem a órbita.

Após a fase inicial de checagem dos sistemas, os dois nanossatélites receberão um comando para executar o procedimento de acoplamento de forma autônoma.

Quando estiverem bem próximos, o sistema de atracação baseado no Kinect irá fornecer aos satélites a informação de sua localização espacial 3D, para que eles possam se alinhar e se encaixar.

A acoplagem usará um mecanismo eletromagnético. Isso significa que o procedimento poderá ser repetido várias vezes, com os dois satélites separando-se, fazendo manobras e acoplando-se novamente.

Construção e limpeza no espaço

Um mecanismo de atracação autônomo e simples como esse poderá ser usado no futuro para a construção de estruturas maiores no espaço, usando os nanossatélites como "tijolos" para a criação de equipamentos mais sofisticados.

"Pode parecer exagero, mas nossos nanossatélites de baixo custo poderão se atracar para construir estruturas modulares grandes e sofisticadas, como telescópios espaciais. Ao contrário das grandes missões espaciais atuais, elas poderiam ser reconfiguradas conforme os objetivos da missão mudam, e atualizadas em órbita com as últimas tecnologias disponíveis," afirmou o Dr. Chris Bridges, líder do projeto.

Outra possibilidade de uso da atracação seria atuar como "satélite gari", capturando grandes satélites artificiais que chegam ao fim da vida útil e guiando-os para que se queimem na reentrada na atmosfera, limpando o entorno da Terra do lixo espacial.

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