INPE - 19/09/2007
O terceiro satélite do Programa CBERS (China-Brazil Earth Resources Satellite), o CBERS-2B, será lançado entre hoje e sexta-feira de uma base espacial na China. O satélite sino-brasileiro será lançado a bordo de um foguete Longa Marcha 4B, que chegou ao centro técnico da base de Taiyuan na última semana de agosto.
Satélite feito no Brasil
No Brasil, a missão de desenvolver e construir satélites cabe ao INPE. Na China, o programa está sob a responsabilidade da CAST - Chinese Academy of Space Technology. O satélite foi montado, integrado e testado na sede do INPE, em São José dos Campos (SP).
Em abril deste ano ele foi levado para a China, onde passou por nova bateria de ensaios para completar o ciclo de testes e verificar se não ocorreu nenhum problema em sua estrutura durante a viagem. No Taiyuan Satellite Launch Center, são realizados novos testes para verificar a interface entre satélite e lançador e, também, destes com o centro de controle de lançamento.
Câmeras de satélite
O CBERS-2B é quase uma réplica do CBERS-2, que está em órbita e gerando imagens há três anos. Assim como este, o CBERS-2B possui três câmeras a bordo: CCD, WFI e HRC. As duas primeiras são câmeras que já voam no CBERS-2, enquanto a HRC é uma câmera pancromática de alta resolução (2,5 m) que substitui a câmera IRMSS (Infrared Multispectral Scanner).
O satélite tem como objetivo garantir que o fornecimento de imagens iniciado em 1999 com o CBERS-1 não seja interrompido. A vida útil projetada dos satélites CBERS 1, 2 e 2B é de dois anos e a dos satélites CBERS 3 e 4 é de 3 anos. O CBERS-1 operou com sucesso até agosto de 2003, além de sua vida útil, êxito que está se repetindo com o CBERS-2. O lançamento do CBERS-3 está previsto para 2009, e o do CBERS-4, para 2011.
Sensoriamento remoto
O Programa CBERS (Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres), em parceria com a China, colocou o Brasil entre as nações que detém a tecnologia do sensoriamento remoto, estratégica para o monitoramento ambiental, aplicações como mapas de queimadas e desflorestamento da região amazônica e estudos na área de desenvolvimento urbano nas grandes capitais do país.
Hoje, o Brasil é o maior distribuidor de imagens de satélite do mundo, graças à política de distribuição gratuita implantada em junho de 2004. Desde então, já foram distribuídas mais de 300 mil imagens a usuários do território brasileiro. Cerca de 1.500 instituições, entre órgãos públicos, universidades, centros de pesquisas e ONGs, além da iniciativa privada, utilizam as imagens do satélite sino-brasileiro.