Redação do Site Inovação Tecnológica - 30/06/2006
Planetas habitáveis
Cientistas e engenheiros de seis países, cinco deles europeus, trabalham no desenvolvimento de um satélite que vai investigar a existência de planetas habitáveis, como a Terra, fora do Sistema Solar.
Quando entrar em órbita, entre outubro e novembro, para uma missão de aproximadamente três anos, o satélite poderá ajudar a responder uma das perguntas que mais intrigam a humanidade: existe vida inteligente fora da Terra?
E essa busca poderá ser acompanhada aqui do Brasil.
Intitulada Projeto COROT (Convenção, Rotação e Trânsito Planetário), a missão é liderada pela França e conta ainda com a participação de Alemanha, Áustria, Bélgica e Espanha.
O Brasil é o único país não europeu com especialistas ligados a órgãos governamentais e universidades atuando no projeto.
Imagens do satélite
Os cientistas brasileiros estão cooperando em grupos de trabalho para definição, observação e análise preparatória das estrelas que serão observadas na missão e na elaboração de software de calibração, correção instrumental e redução de dados.
Entre os especialistas brasileiros está o professor Vanderlei Cunha Parro, do Instituto Mauá de Tecnologia.
"A idéia é ter um centro de processamento de imagem para auxiliar a equipe de pesquisadores que estão no segmento solo, no aperfeiçoamento dos softwares de calibração e no pós-processamento de imagens recebidas pelo satélite", explica ele, acrescentando que já existe um centro similar no Instituto de Astrofísica da Universidade de São Paulo (IAG-USP), com o qual poderia ser feito um trabalho em cooperação.
Satélite Corot
O satélite Corot integra o programa de pequenos satélites da agência espacial francesa CNES.
Com cerca de 600 kg, vai utilizar uma plataforma PROTEUS de órbita baixa (850 km), numa missão de aproximadamente três anos.
Além de vários centros de pesquisa franceses, participam da missão a Agência Espacial Européia (ESA), a DASA, o Research Space Science Departement do ESTEC (Holanda) e laboratórios científicos dos seguintes países europeus: Alemanha, Áustria, Bélgica, Espanha.
O satélite tem como objetivos principais o estudo estelar, sismologia e investigação de novos planetas, com tamanho igual ao da Terra e que possam ser habitados devido às características do meio que envolve estes planetas.
Além dos cientistas, a participação brasileira ocorre por meio da utilização da Estação do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), de Natal, que vai ampliar em quase 100% a capacidade de coleta de dados colhidos pelo satélite.