Redação do Site Inovação Tecnológica - 29/07/2004
O ministro da Ciência e Tecnologia, Eduardo Campos, anunciou durante visita ao Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o acesso gratuito para o público do território nacional ao catálogo de imagens do CBERS-2 (Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres) na internet. Os arquivos estão disponíveis na nova página do programa CBERS (ver link abaixo).
Para ter acesso às imagens do satélite, basta o preenchimento de um cadastro. A medida, secundada por um sistema de busca ágil e interface gráfica atraente, visa democratizar ao máximo a utilização do sensoriamento remoto no Brasil.
Atualmente, o uso das imagens do CBERS-2, que opera com sucesso desde o seu lançamento em outubro de 2003, é restrito ao Brasil e à China.
Um Memorando de Entendimento assinado pelos governos dos dois países no final de maio deu início ao processo que resultará na produção de estações de recepção e o fornecimento e comercialização, para países além de China e Brasil, de imagens geradas pelos satélites.
A estratégia de distribuição das imagens do CBERS gratuitamente pela Internet tem provado o acerto de sua escolha. No período de 60 dias, com o site aberto em caráter experimental, houve mais de 6,8 mil cenas distribuídas, com mais de 2 mil pedidos, cobrindo mais de 350 instituições e cerca de 500 usuários. Apenas a título de comparação sobre o significado desses dados, o Inpe comercializa cerca de 1 mil a 1,5 mil imagens do satélite americano Landsat a cada ano.
Apesar da imensa demanda, o Inpe tem conseguido um nível de atendimento de 99,2% dos pedidos. Um dos pontos altos do sistema de relacionamento do usuário com o banco de imagens do CBERS, que está disponível na página http://www.obt.inpe.br/catalogo, é a facilidade de consulta e a rapidez e excelência do atendimento.
Os usuários que têm acessado o sistema de busca englobam um amplo leque de perfis. São universidades públicas e privadas; secretarias, como as de Meio Ambiente, Fazenda, Agricultura, Educação, Justiça; órgãos públicos, como Embrapa, CPRM, Ana, Ibama, Aneel, IPT; organizações não-governamentais diversas; prefeituras; órgãos estaduais, como IPT, Instituto Florestal; escolas públicas estaduais; empresas de consultoria; jornais; setor hoteleiro; empresas públicas de saneamento e energia, como CEMIG, SABESP, SANEPAR; empresas de geologia, petróleo, agricultura, como Petrobrás, Codelco, Copersucar; empresas de engenharia, aerolevantamento, topografia, propaganda e marketing; cidadãos particulares, estudantes etc.
Prevê-se que o número de imagens solicitadas possa chegar a mais de 15 mil até o final do ano. Espera-se que com o acesso facilitado ao dado básico de sensoriamento remoto, que são as imagens, haverá o surgimento de novos empreendedores e novas oportunidades no setor de aplicações espaciais.