Redação do Site Inovação Tecnológica - 27/07/2004
Uma nova estação terrena de recepção de dados acaba de ser adquirida pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), órgão vinculado ao Ministério da Ciência e Tecnologia. O sistema, que será instalado no Inpe/Natal, custou US$ 1,2 milhão e deve começar a operar dentro de um ano.
De fabricação francesa, a estação será utilizada para a recepção de dados dos satélites científicos EQUARS, MIRAX, MCE e FBM (French-Brazilian Microsatellite), a serem desenvolvidos pelo Instituto - este último dependendo de reavaliação por parte do Brasil, já que a França não participará das próximas fases do projeto.
A estação também receberá dados do satélite COROT, programa desenvolvido e coordenado pela agência espacial francesa (CNES), que contará com a participação de astrônomos brasileiros de várias universidades.
Compatível com as recomendações do Comitê Consultivo para Sistemas Espaciais de Dados (CCSDS), o sistema trabalhará como estação remota, comandada diretamente pelo Centro de Controle de São José dos Campos (SP). A separação dos fluxos de dados de telemetria de tempo real, armazenada, e dados científicos é realizada na própria estação, que guarda os dados para recuperação pelo Centro de Controle e pelos cientistas.
O satélite científico EQUARS, que começa a ser desenvolvido no segundo semestre deste ano, terá como uma de suas funções apoiar o Sistema de Coleta de Dados do Instituto, hoje operado pelos satélites SCD-1, SCD-2 e CBERS-2.
Além de oito experimentos - quatro do Brasil, dois dos Estados Unidos, um do Japão e um do Canadá -, a carga útil do EQUARS contemplará também um transponder (repetidor de coleta de dados). A iniciativa faz parte da política do Inpe de embarcar um repetidor em cada novo satélite a ser lançado, de modo a incrementar o sistema hoje existente. O lançamento do EQUARS, que será totalmente desenvolvido, integrado e testado pelo Instituto, está previsto para 2007.
A missão científica EQUARS visa o estudo dos processos dinâmicos e fotoquímicos na baixa, média e alta atmosfera e ionosfera na região equatorial, com ênfase em tópicos de grande interesse científico.
O micro-satélite deverá ter apontamento terrestre, com controle de atitude em três eixos e de órbita, o que implica na utilização de propulsão e, possivelmente, de roda de momento. O desenvolvimento do sistema de controle de atitude e órbita, incluindo o computador de bordo para controle das cargas úteis, deverá ser efetuado pelo Inpe, em um esforço de capacitação nacional nesse campo.