Redação do Site Inovação Tecnológica - 22/12/2003
Na cauda do cometa
Imagine dirigir no meio de uma densa neblina, para um lugar que você nunca foi, guiado apenas por uma fraca luz à distância.
Esse é o desafio que a NASA está se deparando à medida que a nave Stardust (poeira das estrelas) se aproxima do núcleo do cometa que ela pretende analisar.
"Com Marte e outros planetas, nós sabemos relativamente bem onde os planetas estão," explica o Dr. Shyam Bhaskaran, cientista responsável pela navegação da Stardust.
"Este não é o caso com cometas, os quais não são facilmente observáveis porque eles são objetos muito pequenos com jatos de gás. É muito mais difícil prever suas órbitas, razão pela qual nós precisaremos de uma ajuda extra de uma câmera a bordo da espaçonave," completa ele.
Navegação óptica
Um dos três métodos que a equipe de cientistas está utilizando para achar seu caminho, a navegação óptica, envolveu a colocação de uma câmera com comprimento focal de 200 mm a bordo da Stardust.
A câmera irá fotografar seu campo de visão duas vezes por semana até 10 dias antes de seu encontro com o Wild 2.
A partir daí serão três fotos por dia até a ante-véspera do encontro, quando a freqüência das fotos passará para uma imagem por hora.
Estas imagens ajudarão continuamente os engenheiros a determinar a posição da nave em relação ao cometa, que farão então os ajustes necessários.
Este é o único método viável, já que o cometa, do ponto de vista da Terra, está além do Sol, tornando sua visualização direta praticamente impossível.
Manobras
O cometa Wild 2 apareceu nas fotos da Stardust pela primeira vez em 17 de Novembro. A nave está a 9,5 milhões de quilômetros do cometa, e aproximando-se 530.000 quilômetros por dia.
A equipe de cientistas espera colocar a nave a apenas 300 quilômetros do cometa em Janeiro de 2004.