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Espaço

NASA desliga instrumentos das sondas Voyager para mantê-las funcionando

Redação do Site Inovação Tecnológica - 06/03/2025

NASA desliga instrumentos das sondas Voyager para mantê-las funcionando
Visualização artística de uma das sondas Voyager - ambas foram lançadas em 1977.
[Imagem: NASA/JPL-Caltech]

Estrelas

Engenheiros da NASA estão desligando mais dois instrumentos científicos das sondas Voyager, algo que vem sendo feito ao longo dos anos como parte de um esforço para aumentar a vida útil das duas sondas gêmeas, cuja fonte de energia está se esgotando depois de décadas no espaço.

O experimento do subsistema de raios cósmicos a bordo da Voyager 1 foi desligado no último dia 25 de fevereiro, e o instrumento de partículas carregadas de baixa energia da Voyager 2 será desligado em 24 de março. Três instrumentos científicos continuarão funcionando em cada uma das sondas.

Lançadas em 1977, as Voyagers 1 e 2 funcionam com base em um sistema de energia de radioisótopos que gera eletricidade a partir do calor gerado pelo decaimento radioativo do plutônio. Ambas perdem cerca de 4 watts de energia a cada ano.

"As Voyagers têm sido estrelas do rock do espaço profundo desde o lançamento, e queremos manter isso assim o máximo possível," disse Suzanne Dodd, do Laboratório de Propulsão a Jato. "Mas a energia elétrica está acabando. Se não desligarmos um instrumento em cada Voyager agora, elas provavelmente terão apenas mais alguns meses de energia antes de precisarmos declarar o fim da missão."

Instrumentos das Voyager

As duas sondas espaciais foram lançadas carregando conjuntos idênticos de 10 instrumentos científicos. Alguns deles, projetados para coletar dados durante sobrevoos planetários, foram desligados depois que ambas completaram sua exploração dos gigantes gasosos do Sistema Solar.

Os instrumentos que permaneceram ligados foram aqueles que a equipe da missão considerou importantes para estudar a heliosfera do Sistema Solar, uma bolha protetora de vento solar e campos magnéticos criada pelo Sol, e o espaço interestelar, a região fora da heliosfera. A Voyager 1 atingiu a borda da heliosfera e o início do espaço interestelar em 2012; a Voyager 2 atingiu o limite em 2018. Nenhuma outra espaçonave feita pelo homem operou no espaço interestelar.

Em outubro passado, a equipe desligou o instrumento científico de plasma da Voyager 2, que mede a quantidade de plasma - átomos eletricamente carregados - e a direção em que ele está fluindo. O instrumento havia coletado apenas dados limitados nos últimos anos devido à sua orientação em relação à direção em que o plasma flui no espaço interestelar. O instrumento científico de plasma da Voyager 1 havia sido desligado anos atrás devido a problemas em seu funcionamento.

O subsistema de raios cósmicos que foi desligado agora na Voyager 1 é um conjunto de três telescópios projetados para estudar raios cósmicos, incluindo prótons da galáxia e do Sol, medindo sua energia e seu fluxo. Dados desses telescópios ajudaram a equipe científica da Voyager a determinar quando e onde a Voyager 1 saiu da heliosfera.

Programado para desativação no final deste mês, o instrumento de partículas carregadas de baixa energia da Voyager 2 mede os vários íons, elétrons e raios cósmicos originários do nosso Sistema Solar e da galáxia. O instrumento consiste em dois subsistemas: o telescópio de partículas de baixa energia, para medições de energia mais amplas, e o analisador de partículas magnetosféricas de baixa energia, para estudos magnetosféricos mais focados.

NASA desliga instrumentos das sondas Voyager para mantê-las funcionando
Cada uma das sondas Voyager da NASA está equipada com três geradores termoelétricos de radioisótopos, como este.
[Imagem: NASA/JPL-Caltech]

Vida útil

Os engenheiros da missão tomaram medidas para evitar desligar instrumentos científicos pelo máximo de tempo possível porque os dados científicos coletados pelas sondas gêmeas Voyager são únicos.

Com esses dois instrumentos desligados, as Voyagers devem ter energia suficiente para operar por cerca de um ano antes que a equipe precise desligar outro instrumento em ambas as espaçonaves. A expectativa é que elas possam continuar funcionando até o início da próxima década.

A Voyager 1 e a Voyager 2 continuam sendo os objetos feitos pelo homem mais distantes da Terra. A Voyager 1 está a mais de 25 bilhões de quilômetros, e a Voyager 2 está a mais de 21 bilhões de quilômetros da Terra.

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