Sandra Machado - 11/06/2002
O ministro da C&T, Ronaldo Sardenberg, e o ministro-chefe da Comissão para a Ciência, Tecnologia e Indústria para a Defesa Nacional (COSTIND), da República Popular da China, Liu Jibin, aprovaram nesta quarta-feira o protocolo do programa dos Satélites de Recursos da Terra (Cbers 3 e 4) e IV), de sensoriamento remoto, que envolve instituições de pesquisa e representantes da comunidade científica dos dois países.
O acordo final deve ser assinado pelos presidentes da China e do Brasil, no segundo semestre deste ano, quando também deve ser lançado o segundo satélite (CBERS 2), construído pela parceria bilateral. A cooperação estabelece que a participação brasileira no desenvolvimento dos novos satélites passará dos atuais 30% para 50%. As relações Brasil-China na área espacial constituem marco significativo na história das relações entre países em desenvolvimento, segundo ressaltaram hoje os dois ministros.
Com o novo protocolo, o Brasil também elevará a ocupação do tempo dos satélites, dividindo-o em meio a meio com a China. O projeto tem como executores o Inpe e a Chinese Academy of Space Technology - Cast (Academia Chinesa de Tecnologia Espacial. Este programa proporciona benefícios mútuos em termos de capacitação e acesso a tecnologias de ponta, transferíveis aos setores industriais dos dois países. Dando seqüência a essa cooperação, foi assinado entre os dois governos, em novembro de 94, o Acordo-Quadro sobre Cooperação em Aplicações Pacíficas de C&T do Espaço Exterior, que ampliou o horizonte de cooperação bilateral, com novas possibilidades nas áreas de astrofísica e ciência espacial, meteorologia e clima, novos materiais e microgravidade, e tecnologia de lançamentos de satélites.