Redação do Site Inovação Tecnológica - 28/04/2023
Mais ciência
Lançada em 1977, a sonda espacial Voyager 2 está a mais de 20 bilhões de quilômetros da Terra, usando cinco instrumentos científicos para estudar o espaço interestelar.
Infelizmente, essa missão histórica não durará para sempre, porque a nave está ficando sem combustível.
Agora, a NASA anunciou um plano que manterá os instrumentos científicos da Voyager 2 ligados por mais alguns anos do que o previsto, permitindo ainda mais revelações do espaço interestelar.
Para ajudar a manter esses instrumentos operando apesar da diminuição do fornecimento de energia, a espaçonave começou a usar um pequeno reservatório de energia de reserva, que faz parte de um sistema de segurança a bordo.
A mudança permitirá à missão adiar o desligamento de um instrumento científico para 2026 - ele seria desligado este ano.
A Voyager 2 e sua gêmea Voyager 1 são as únicas espaçonaves a operar fora da heliosfera, a bolha protetora de partículas e campos magnéticos gerados pelo Sol.
As sondas estão ajudando a responder perguntas sobre a forma da heliosfera e seu papel na proteção da Terra das partículas energéticas e outras radiações encontradas no ambiente interestelar.
Aproveitando a energia de reserva
Ambas as sondas Voyager são alimentadas por geradores termoelétricos de radioisótopos, que convertem em eletricidade o calor gerado pelo decaimento radioativo do plutônio. O processo de decaimento contínuo significa que o gerador produz um pouco menos de energia a cada ano.
Até agora, a queda no fornecimento de energia não afetou a produção científica da missão, mas, para compensar a perda, os engenheiros desligaram os aquecedores e outros sistemas que não são essenciais para manter a espaçonave coletando dados e comunicando-se com a Terra.
Com essas opções esgotadas na Voyager 2, um dos cinco instrumentos científicos da espaçonave teria que ser o próximo da lista. A Voyager 1 está operando um instrumento científico a menos do que sua gêmea porque ele pifou no início da missão. Como resultado, a decisão sobre desligar ou não um instrumento na Voyager 1 não será tomada até o próximo ano.
Em busca de uma maneira de evitar o desligamento de um instrumento, a equipe examinou mais de perto um mecanismo de segurança projetado para proteger os instrumentos caso a tensão da espaçonave mude significativamente. Como uma flutuação na voltagem pode danificar os instrumentos, a Voyager está equipada com um regulador de voltagem que aciona um circuito de reserva nesses casos.
O circuito pode acessar uma pequena quantidade de energia do gerador termoelétrico que é reservada para essa finalidade. Em vez de deixar essa energia como reserva, a missão agora a usará para manter os instrumentos científicos operando.
Se funcionar bem para a Voyager 2, a equipe poderá implementar a mesma abordagem na Voyager 1.