Redação do Site Inovação Tecnológica - 06/03/2009
Pequenos robôs do tamanho de cortadores de grama poderão preparar o terreno lunar, fazendo a "lunaplanagem" necessária para a instalação de bases permanentes na Lua ou construindo barreiras de proteção nos locais de pouso.
Mantendo-se o cronograma atualmente previsto, a NASA pretende começar a construção de sua base lunar permanente a partir de 2020. Para isto, um dos problemas a serem resolvidos é o impacto que os foguetes que levarão as cargas e astronautas, e os trarão de volta, terão sobre a própria base lunar.
Jateamento de areia lunar
Para que os astronautas possam ir rapidamente do foguete à base, bem como as cargas possam ser transportadas de forma rápida e eficiente, o ponto de descida e lançamento - o espaçoporto lunar - deverá ficar o mais próximo possível da própria base.
O problema é que foguetes levantam poeira. E poeira é o que não falta na Lua. Para complicar, falta atmosfera. E a poeira levantada pelos foguetes, sem uma atmosfera para freá-la, pode se transformar num verdadeiro bombardeio sobre as instalações, submetendo-as a uma espécie de jateamento de areia.
Os pesquisadores do Laboratório de Astrorrobótica da Universidade Carnegie Mellon, nos Estados Unidos, vislumbraram duas saídas para o problema: a primeira é a construção de um muro ao redor do espaçoporto; a segunda é a criação de uma superfície dura no local de aterrissagem, uma espécie de asfalto, construído com material encontrado na própria Lua.
Muralha da Lua
Para a primeira solução, os pesquisadores calculam que dois robôs, pesando 150 quilogramas cada um, levarão cerca de 6 meses para construir um muro de proteção ao redor do espaçoporto, limitando o efeito "jateamento de areia" sobre a base.
Seria necessário construir uma barreira de 2,5 metros de altura, formando um semicírculo com 50 metros de extensão ao redor do ponto de descida e lançamento.
Pista de pouso lunar
Na segunda solução, os pesquisadores demonstraram que robôs ainda menores, do tamanho de pequenos cortadores de grama, podem juntar pequenas pedras para pavimentar o local de pouso.
"Isto poderá reduzir a necessidade de se construir barreiras de proteção. Para que possamos escolher qual das duas é a melhor solução, precisaremos enviar missões de estudo para coletar informações sobre a coesão do solo lunar e se podemos encontrar rochas disponíveis com as dimensões adequadas," explica o pesquisador John Kohut.
O projeto foi submetido à NASA, que agora definirá o cronograma dos estudos e o envio das missões de reconhecimento dos locais de pouso.