Redação do Site Inovação Tecnológica - 24/01/2013
Renascendo das cinzas
Enquanto a NASA se prepara para testar a primeira operação de reabastecimento de um satélite artificial em órbita, a Agência de Projetos de Pesquisa Avançada em Defesa (DARPA) dos Estados Unidos anunciou planos bem mais ambiciosos.
A agência revelou detalhes do Projeto Fênix, que pretende reciclar satélites de comunicação que chegaram ao fim da vida útil.
O projeto já está em andamento desde Setembro do ano passado, período no qual foram identificadas as tecnologias já disponíveis que possam ser usadas ou adaptadas para construir um satélite-robô capaz de reviver os satélites que deixaram de funcionar.
A maior parte das tecnologias selecionadas já é funcional em bancada de laboratório, e deverão ser reunidas em uma missão de teste no espaço em 2015.
Satlets e robô
O projeto envolve a construção de dois tipos de dispositivos.
O primeiro é o sistema de reativação propriamente dito, essencialmente um nanossatélite que será plugado no satélite desativado para controlá-lo e recuperar suas funções, ou aproveitar seus sistemas ainda em operação, como navegação e painéis solares, para executar outras funções.
Os engenheiros chamam esses pequenos módulos de "satlets" e a ideia é enviá-los ao espaço de carona em foguetes que estejam realizando lançamentos comerciais.
O segundo dispositivo é o satélite-robô propriamente dito, que ficará em órbita aguardando a chegada dos satlets para plugá-los nos satélites desativados e fazer sua reativação.
Assim que o satélite-robô terminar uma missão, ele se deslocará para a posição do próximo satélite, capturando o satlet que já estará posicionado nas proximidades e realizando o novo serviço.
A agência já identificou 140 satélites desativados, militares e comerciais, que são candidatos à reciclagem. Um deles será escolhido para a missão de teste, planejada para lançamento em 2015.
Cirurgias no espaço
Todos os alvos são satélites em órbita geossíncrona, que orbitam a cerca de 36.000 km de altitude para compensar a rotação da Terra, o que os mantém sempre sobre um ponto fixo da superfície.
Além desses serem os satélites mais caros e com maior potencial de reaproveitamento, sua posição fixa no céu facilitará as missões robotizadas, que serão inteiramente controladas do solo.
Como a operação do robô-satélite é muito delicada, os engenheiros do Projeto Fênix planejam aproveitar as técnicas empregadas pelos robôs cirurgiões, incluindo os sistemas de imageamento e de telepresença.
Como os satélites artificiais não foram projetados para serem recuperados, cada missão será única, assim como o sistema a ser adaptado a cada um deles para revivê-los - a ideia aqui é usar a fabricação aditiva, onde impressoras 3D construirão os módulos de conexão dos satlets perfeitamente adaptados a cada satélite a ser reciclado.