Redação do Site Inovação Tecnológica - 22/08/2016
Telescópio montado roboticamente
Embora existam vários projetos de telescópios com tecnologias revolucionárias sendo estudados e desenvolvidos, os astrônomos têm pressa e estão sempre querendo telescópios maiores.
O Telescópio Gigante Magalhães e o E-ELT, que será o maior telescópio do mundo, prometem atender as demandas no campo dos telescópios terrestres.
Mas colocar telescópios maiores no espaço está se tornando um desafio não apenas técnico, mas de recursos para atender a esses projetos bilionários.
Uma saída pode ser enviar pequenas partes separadas, usando foguetes de pequeno porte, e depois montá-las no espaço.
A ideia foi agora descrita em detalhes por Nicolas Lee e seus colegas do Instituto de Tecnologia da Califórnia, nos EUA, que estão propondo a construção do RAMST, sigla em inglês para Telescópio Espacial Modular Montado Roboticamente (Robotically Assembled Modular Space Telescope).
"Nosso objetivo é resolver os principais desafios técnicos associados com essa arquitetura, de forma que futuros estudos conceituais abordando projetos científicos específicos possam considerar os telescópios montados roboticamente entre as opções viáveis," escrevem os autores da proposta.
O estudo descreve como um espelho modular pode ser montado no espaço e as tecnologias de metrologia avançadas que darão suporte à montagem e à operação do telescópio.
Mais importante ainda, a equipe determinou as características necessárias para o robô responsável pela montagem, uma espécie de "aranha robótica espacial", quase inteiramente braços, responsáveis por capturar as peças e montá-las no lugar.
Um protótipo do robô já está em testes, embora a versão espacial deverá ser muito mais simples e mais leve, já que não terá que fazer tanta força no ambiente de microgravidade.
A arquitetura proposta é escalável, podendo atender uma variedade de tamanhos de telescópios, e não impõe limites ao projeto óptico.
"Um sistema robótico de montagem, atualização, conserto e reabastecimento oferece a possibilidade de telescópios espaciais de todos os tipos com vidas úteis muito longas," avaliou Harley Thronson, do Instituto de Conceito Avançados da NASA, lembrando o Hubble, que já completou 26 anos no espaço graças às atualizações e consertos que recebeu na época dos ônibus espaciais.