Redação do Site Inovação Tecnológica - 13/01/2014
Salto para Marte
O conceito de jipes robóticos de seis rodas está bem estabelecido.
Essa é cara do Curiosity, que está explorando Marte, e do Yu Tu, que vai explorar a Lua.
Por isso a ideia de engenheiros da Universidade de Leicester, no Reino Unido, andava meio esquecida.
Em 2010, eles propuseram a construção de um robô saltitante, uma espécie de gafanhoto robótico movido a energia nuclear, para explorar Marte e outras terras alienígenas.
O grande argumento é que um robô saltitante não precisará se preocupar com as pedras no caminho - ele simplesmente vai saltar sobre elas, pousando no próximo local limpo.
A ideia agora foi encampada pela ESA (Agência Espacial Europeia) e deverá ser testada na prática pela empresa do ramo aeroespacial Astrium.
O projeto está sendo desenvolvido com vista a explorar Marte.
Foguete de CO2
Hugo Williams e seus colegas propõem que o robô capture CO2 da atmosfera de Marte, comprima e liquefaça o gás.
Quando bombeado e exposto ao calor intenso gerado pela fonte radioativa, o CO2 líquido vai se expandir de forma explosiva, sendo liberado por um bocal.
Os cálculos indicam que a energia de cada "explosão" dessas será capaz de fazer um robô de 1 tonelada saltar por 900 metros na gravidade de Marte.
Isso permitirá muito mais do que saltar por pedregulhos incômodos, possibilitando cruzar canais e crateras ou subir montes inacessíveis aos robôs com rodas.
Desde a divulgação da ideia original, o grupo trabalhou sobretudo no sistema de aterragem, usando um mecanismo de suspensão magnética que provê um amortecimento suficiente para evitar danos nos equipamentos científicos do robô.
Saltos que faltam
O grande inconveniente do conceito, no atual estágio, é a pequena carga útil do robô saltitante.
Um robô com 1.000 kg e 2,5 metros de diâmetro, conforme projetado, deverá ser capaz de carregar 20 kg de equipamentos científicos.
Além disso, o sistema de coleta e armazenamento de CO2 leva várias semanas para acumular gás suficiente para um salto.