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Novo foguete europeu dá show de versatilidade

Redação do Site Inovação Tecnológica - 13/05/2013

Novo foguete europeu dá show de versatilidade
A missão múltipla exigiu cinco acionamentos dos motores do foguete, que tem 30 metros de altura, 3 metros de diâmetro, pesa 137 toneladas e pode levar uma carga útil de até 1.500 kg.
[Imagem: ESA/J.Huart]

O segundo voo do novo foguete VEGA, da ESA (Agência Espacial Europeia) foi um sucesso, completando uma missão tríplice, que colocou três satélites em três órbitas diferentes.

Foram lançados dois satélites de observação da terra, o Proba-V, da ESA e o VNREDSat-1A, do Vietnam.

A seguir, foi lançado o primeiro satélite científico da Estônia, o inovador ESTCube-1, que vai testar uma nova tecnologia de propulsão espacial, chamada vela solar-elétrica.

Foguete multiuso

Essa missão múltipla exigiu cinco acionamentos dos motores do foguete.

Depois da queima dos dois primeiros estágios de combustível sólido, o Proba-V foi liberado em uma órbita circular a uma altitude de 820 km, na costa oeste da Austrália, 55 minutos após o início do voo.

O principal objetivo da missão é monitorar a cobertura vegetal do Planeta Terra.

Depois de liberar o Proba-V, o módulo superior fez uma terceira queima, após o que a parte superior do Vega, em forma de ovo, foi ejetada.

Depois de uma quarta queima, em uma órbita a uma altitude de 704 km, o VNREDSat-1A foi liberado 1 hora e 57 minutos depois do lançamento.

O ESTCube-1 foi ejetado três minutos mais tarde.

Uma quinta e última queima pôs o foguete em uma trajetória que garante sua reentrada na atmosfera, de acordo com a nova regulamentação do lixo espacial.

O lançamento marcou o início da transição da ESA para a Arianespace como operador de lançamento do Vega. A Arianespace fez a análise do voo, a preparação e as operações, e o marketing que permitiu que o lançamento contasse com uma carga comercial.

Novo foguete europeu dá show de versatilidade
A sonda espacial Proba é a primeira missão espacial a usar a eletrônica à base de nitreto de gálio em lugar do silício.
[Imagem: ESA/ATG Medialab]

Satélite da vegetação

A carga primária do Proba-V é um minissatélite de 160 kg construído pela Qinetiq Space Belgium.

O Proba-V baseia-se na plataforma que suportou duas anteriores missões da ESA e transporta o equipamento Vegetation, que irá mapear o coberto vegetal global a cada dois dias, seguindo-se à primeira geração de captadores de imagem a bordo dos satélites franceses Spot 4 e 5.

O Proba-V está na mesma órbita que o Spot-5, de forma a tomar o seu lugar que ele se aposentar no próximo ano.

O equipamento Vegetation é uma sofisticada tecnologia de captação de imagem, concebida para fornecer imagens com 350 metros de resolução, em quatro bandas no visível e no infravermelho, com uma largura de banda muito elevada, permitindo a cobertura de todas as áreas entre os 35-75ºN e 35-56ºS.

Além deste instrumento principal, o Proba também transporta uma série de cargas tecnológicas, tais como um receptor para detectar aeronaves em voo, um amplificador de comunicações baseado na última tecnologia de semicondutores de nitreto de gálio, um novo par de monitores de radiação e uma experiência de fotônica, para testar as fibras ópticas no espaço.

Novo foguete europeu dá show de versatilidade
A vela solar-elétrica é composta por longos fios metálicos, lembrando um guarda-chuvas sem o tecido. Esses fios são mantidos energizados por um canhão de elétrons.
[Imagem: Alexandre Szames]

Vela solar-elétrica

Outra missão de grande interesse é o ESTCube-1.

Este picossatélite, pesando apenas 1,3 kg, foi projetado e construído por estudantes da Universidade de Tartu, com uma contribuição do Instituto Meteorológico Finlandês.

A sua missão consiste em soltar um cabo de 10 metros no espaço para realizar manobras aproveitando o fluxo de plasma, o que contribuirá para o desenvolvimento de velas solares electroestáticas que poderiam permitir realizar viagens interplanetárias sem combustível.

Ao contrário das velas solares normais, que possuem um fino tecido reflexivo para receber o impacto do vento solar, a vela solar-elétrica se parece mais a armação de um guarda-chuva - imagine um guarda-chuva sem o pano.

Esses fios são mantidos energizados por um pequeno canhão de elétrons, a bordo da espaçonave.

É a interação entre esses fios energizados e o vento solar que gera o empuxo para empurrar a espaçonave - o potencial dos fios repele os prótons do vento solar, ganhando impulso a partir desse choque.

Pelo menos essa é a teoria - o ESTCube-1 irá dizer se ela está correta ou não e se a eficiência do mecanismo merecerá testes maiores.

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