Redação do Site Inovação Tecnológica - 17/09/2010
Pólo sul da Lua
A primeira missão a visitar a região do pólo sul da Lua deu um importante passo esta semana, com a assinatura de um contrato de estudo entre a empresa EADS-Astrium, em Berlim, na Alemanha, e a Agência Espacial Europeia (ESA).
A missão terá como objetivo aterrar nos terrenos muito montanhosos e cheios de crateras do polo sul lunar, o que deverá acontecer em 2018.
A região pode ser o principal local de chegada dos futuros voos de exploração humana já que oferece exposição solar quase contínua, para a produção de energia, e acesso potencial a recursos vitais, como a água em forma de gelo.
Foi lá que a missão LCROSS, da NASA, chocou-se contra o solo e descobriu água e "substâncias intrigantes" na Lua.
Exploração espacial internacional
Para atingir a superfície em segurança, o módulo terá que navegar com precisão até o pico de uma montanha ou às profundezas de uma cratera, evitando cuidadosamente os grandes declives, para então pousar suavemente e captar uma das mais espectaculares vistas do Sistema Solar.
A Lua é um alvo preferencial para as missões de exploração humana, delineadas no âmbito da Estratégia de Exploração Global por 14 agências espaciais de todo o mundo.
A estratégia apoia a exploração espacial internacional e apela a estudos complementares da Lua e de Marte - locais em que os humanos um dia irão viver e trabalhar.
"Enquanto nos preparamos para nos juntarmos aos Estados Unidos, Rússia e Japão na decisão de utilizar a Estação Espacial Internacional por mais dez anos, pelo menos," disse Simonetta Di Pippo, diretora de voos tripulados da ESA, "preparamos os próximos passos e estamos trabalhando para posicionar a Europa ao nível de competências e capacidades necessárias para a exploração global."
Módulo lunar robótico
Com uma presença forte e bem-sucedida em órbitas baixas, a Lua é o próximo destino natural comum.
O início deste estudo, chamado fase B1, é um marco importante porque agora, depois dos planos preliminares e estudos de exequibilidade, o desenho da missão irá continuar sob a liderança da EADS-Astrium Bremen, e algumas das tecnologias chave serão desenvolvidas e testadas pela primeira vez.
Primeiro, os dados topográficos mais recentes do polo sul lunar serão analisados em detalhe, de forma a serem encontrados os locais de aterragem mais promissores. A área alvo não é bem conhecida e só agora começam a ser colhidas informações necessárias para a avaliação da aterragem e a operação da missão naquele local.
Depois, o módulo lunar robótico será desenhado ao nível dos seus vários subsistemas, tais como a propulsão e a navegação.
O contrato culminará com uma Revisão dos Requisitos Preliminares do Sistema, em 2012, o que irá fornecer a base para o desenho final da missão e do módulo.