Redação do Site Inovação Tecnológica - 29/08/2008
Cientistas estão se inspirando no comportamento das minúsculas partículas cósmicas para criar um novo tipo de espaçonave capaz de se mover sem o uso de combustível, utilizando apenas os campos magnéticos dos planetas e do próprio Sol.
Movimento da poeira cósmica
As partículas de poeira cósmica têm dimensões que variam desde algumas poucas moléculas até mais de 100 micrômetros, atingindo massas de alguns poucos microgramas.
A pressão solar e uma série de forças eletrostáticas são capazes de colocar essas partículas em órbitas estáveis que nada têm a ver com as órbitas tradicionais, chamadas de Keplerianas. Ou podem ejetá-las com tal velocidade que elas escapam do Sistema Solar e mergulham no espaço interestelar.
Essas forças também atuam sobre espaçonaves, mas são consideradas apenas "forças de perturbação" e são facilmente contrabalançadas, devido à sua minúscula intensidade.
Micronaves
Justin Atchison e Mason Peck, da Universidade de Cornell, nos Estados Unidos, acreditam que essas forças podem ser extremamente úteis para impulsionar naves que sejam pequenas o suficiente para tirar proveito delas. O seu protótipo foi batizado de MII - Microscale Infinite-Impulse - espaçonave de impulso infinito em microescala.
A MII é pouco mais do que um chip, menor do que uma moeda, e capaz de duplicar o feito do histórico Sputnik - transmitir um bip-bip do espaço. Ainda não há previsão de quando a MII será testada em órbita, mas os cientistas acreditam que ele poderá demonstrar a possibilidade de construção de frotas de micronaves capazes de desempenhar seus objetivos atuando conjuntamente.
Usando o campo magnético da Terra
A MII também não precisará de baterias ou de painéis solares para fazer funcionar seus circuitos. A energia para seu funcionamento virá do aproveitamento do campo magnético da Terra.
Como o campo magnético terrestre gira com o planeta em seu movimento de rotação, torna-se possível extrair trabalho utilizando-se uma nave que esteja eletricamente carregada. A energia é gerada pela interação de um longo cabo eletricamente carregado, que estende a partir da MII em direção ao espaço, com o campo magnético da Terra.