Redação do Site Inovação Tecnológica - 24/11/2021
Sonda de defesa contra asteroides
A NASA lançou a missão DART, sigla em inglês para Teste de Redirecionamento de Asteroide Duplo, o primeiro teste de uma tecnologia para defesa planetária.
A técnica consiste em um "impactador cinético", uma espécie de projétil tamanho cósmico para alterar o movimento de um asteroide no espaço. A ideia é que, futuramente, essa técnica possa ser usada para prevenir o impacto de algum asteroide que entre em rota de colisão com a Terra.
O alvo da missão é asteroide binário próximo à Terra (65803) Didymos. Enquanto o corpo primário, chamado Didymos A, tem aproximadamente 780 metros de diâmetro, o corpo secundário (Didymos B, uma espécie de minilua) tem cerca de 160 metros de diâmetro, que é o tamanho mais típico dos asteroides que poderiam representar uma ameaça significativa para a Terra.
O asteroide binário Didymos não é uma ameaça para a Terra. Mas, como ele está relativamente próximo de nós, a cerca de 11 milhões de quilômetros, tornou-se o campo de testes perfeito para ver se o colapso intencional de uma espaçonave contra um asteroide é uma maneira eficaz de mudar seu curso, já que é possível observar tudo com nossos telescópios.
Hoje, não se conhece nenhum asteroide com mais de 140 metros que tenha uma chance significativa de atingir a Terra nos próximos 100 anos, mas ainda estamos longe de conhecer toda a população desses corpos celestes pequenos e escuros.
Impacto contra asteroide
A espaçonave DART irá colidir deliberadamente com Didymos B em Setembro de 2022, a uma velocidade de aproximadamente 6,6 km/s, guiada pelo único instrumento a bordo da sonda, chama-se DRACO, sigla em inglês para "câmera para navegação óptica e reconhecimento do asteroide Didymos". Sua principal função será funcionar como sistema de navegação visual, capturando imagens que ajudarão a sonda a ajustar seu curso com precisão para atingir o alvo.
Pouco antes do impacto, um módulo chamado LICIACube, uma microssonda do tamanho de uma caixa de sapatos, vai se soltar da nave principal para documentar o impacto e suas consequências.
A expectativa é que a colisão mude a velocidade do asteroide em sua órbita ao redor do corpo principal em menos de 1% cento, o que mudará o período orbital de Didymos B em vários minutos - o suficiente para ser observado e medido usando telescópios na Terra.
A missão também servirá para teste de um novo sistema de propulsão solar-elétrica, chamado NEXT-C, sigla em inglês para Propulsor Evolutionário de Xenônio da NASA. É uma nova classe de motor iônico, derivado do sistema de propulsão da sonda espacial Dawn, que visitou o super asteroide Vesta e o planeta anão Ceres.
O uso da propulsão solar-elétrica barateia muito as missões em toda a região interior do Sistema Solar, dispensando os mais caros e complicados sistemas de propulsão nuclear. Mas os motores iônicos em si, independentemente da sua fonte de energia - solar ou nuclear - têm potencial para missões de longa duração, devido à sua aceleração constante.