Gravidade pode ser evidência de que o Universo é um imenso computador

Redação do Site Inovação Tecnológica - 29/04/2025

É mais um suporte à ideia de que vivemos em uma simulação de computador.
[Imagem: Pete Linforth/Pixabay]

Gravidade como processo computacional

Em 2023, o professor Melvin Vopson, da Universidade de Portsmouth, no Reino Unido, propôs que vivemos em uma simulação de computador, e até idealizou um teste para encontrar o presumido "código-fonte" do Universo.

A possibilidade de que todo o Universo seja informacional por natureza e se assemelhe a um processo computacional vem de um ramo da ciência conhecido como física da informação, que sugere que a realidade física é composta de informações estruturadas.

Agora, o professor Vopson apresentou novas derivações da sua teoria que indicam que a gravidade, ou força gravitacional, é o resultado de um processo computacional dentro do Universo. Usando a segunda lei da dinâmica da informação, ele sugere que a matéria e os objetos no espaço acabam se aglomerando - em grãos de poeira, planetas e estrelas - porque o Universo está tentando manter a informação organizada e coesa.

Assim, a gravidade seria causada pela maneira como as informações sobre a matéria são organizadas no Universo.

"Minhas descobertas neste estudo se encaixam na ideia de que o Universo pode funcionar como um computador gigante, ou que nossa realidade é uma construção simulada. Assim como os computadores tentam economizar espaço e funcionar com mais eficiência, o Universo pode estar fazendo o mesmo. É uma nova maneira de pensar a gravidade - não apenas como uma atração, mas como algo que acontece quando o Universo está tentando se organizar," disse Vopson.

Os menores objetos cósmicos, de átomos a grãos de poeira espacial, juntam-se paulatinamente para diminuir o "custo computacional" do Universo - é por isso que eles se juntam para formar planetas e estrelas.
[Imagem: Melvin Vopson]

Diminuição do custo computacional do Universo

Pesquisas anteriores já sugeriram que a informação tem massa e que todas as partículas elementares, os menores blocos de construção conhecidos do Universo, armazenam informações sobre si mesmas, de forma semelhante à maneira como as células, os blocos de construção de entidades biológicas, usam o DNA.

Defendendo que a informação é o quinto elemento, ou a quinta forma da matéria, ao lado de sólido, líquido, gás e plasma, Vopson até já calculou qual é a quantidade de informação contida no Universo e estimou que as informações digitais equivalerão à metade da massa da Terra em 2245.

No artigo que publicou agora, o pesquisador mostra como a pixelização espacial em células elementares pode funcionar como um meio de armazenamento de dados, e demonstra como o papel das informações armazenadas em células elementares consiste em fornecer as propriedades e as coordenadas da matéria na construção da simulação do espaço-tempo em que vivemos. Cada célula pode registrar informações na forma de dados binários, portanto, se estiver vazia, ela registra um "0" digital, e se houver matéria presente na célula, ela registra um "1" digital.

Como uma célula pode acomodar mais de uma partícula, o sistema irá evoluir por si mesmo movendo as partículas no espaço para uni-las em uma única partícula maior dentro de uma única célula.

Isso desencadeia a força de atração - a força gravitacional - devido à regra definida no sistema computacional universal, que exige a minimização do conteúdo de informação e, por extensão, a redução do consumo computacional. Isso porque é muito mais eficaz, em termos computacionais, rastrear e calcular a localização e o momento de um único objeto no espaço do que de vários objetos.

Se a teoria estiver correta, então a atração gravitacional seria apenas mais um mecanismo de otimização em um processo computacional que tem a função de compactar informações.

"O processo é idêntico ao modo como um jogo de computador digital, um aplicativo de realidade virtual ou outra simulação avançada seria projetado," propõe Vopson.

Nova lei da física: Entropia da informação diminui com o tempo.
[Imagem: Piro/Pixabay]

Nova visão da gravidade

Há muito tempo os físicos sabem que precisamos de uma nova teoria da gravidade, o que tem feito surgir propostas alternativas interessantes. Por exemplo, há poucos dias uma pesquisadora, também trabalhando no campo da teoria da informação quântica, propôs que a gravidade pode emergir da entropia.

O professor Vopson apresenta agora uma outra perspectiva, mas dando suporte à visão de que a atração gravitacional surge devido a um impulso fundamental para reduzir a entropia da informação no Universo.

Isso teria implicações de longo alcance, se estendendo à física fundamental, incluindo a termodinâmica dos buracos negros, a matéria escura e a energia escura, bem como possíveis conexões entre gravidade e teoria da informação quântica.

Mas, claro, se o Universo é de fato um programa computacional ainda é uma questão em aberto. E, e a gravidade é uma rotina do Universo para aglutinar tudo, será que o Universo irá se aglomerar em uma singularidade?

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