Com informações da ESA - 20/09/2018
Rastro de uma queda na Lua
Esta foto manchada em tons de cinza mostra uma parte da superfície da Lua com um relevo intrigante em direção ao topo da imagem.
Intrigante, mas sem nenhum mistério: Este é o rastro deixado pela queda da sonda espacial europeia SMART-1.
Lançada em 2003, a SMART-1 foi uma sonda orbital que observou a Lua durante aproximadamente três anos. No dia 3 de setembro de 2006, as operações da missão chegaram ao fim e a nave foi deliberadamente enviada rumo a uma queda contra a Lua, pulando e atravessando a superfície lunar a uma velocidade de dois quilômetros por segundo.
Após o impacto, o Telescópio Canadá-França-Havai, no Havai, observou um clarão brilhante na fronteira entre o dia e a noite lunares. No entanto, como nenhuma outra nave estava em órbita na hora para assistir o desenrolar do evento, não foi possível identificar exatamente onde a SMART-1 caiu.
Várias equipes usaram o rastreamento de órbita, simulações baseadas na Terra e observações do clarão de impacto para estimar a localização do local da queda, mas o ponto preciso permaneceu desconhecido durante mais de uma década.
Imagens de alta resolução da Sonda de Reconhecimento Lunar (LRO), da NASA, finalmente revelaram o paradeiro da SMART-1, como se vê na foto.
A nave esculpiu uma fenda de quatro metros de largura por 20 metros de comprimento, atravessou uma pequena cratera e lançou solo lunar para fora do seu caminho ao ricochetear, criando os trechos mais brilhantes de material observados dos dois lados da cratera. Fragmentos da SMART-1 e poeira ejetada obliquamente também foram detectados várias dezenas de quilômetros na direção do curso direto da queda.
Motor iônico
Além de procurar água na Lua, observar e fotografar o nosso vizinho celestial mais próximo, a SMART-1 desempenhou um papel fundamental no teste da propulsão iônica, um tipo de propulsão que utiliza energia elétrica para impulsionar uma aeronave através do espaço ejetando íons, que são átomos eletricamente carregados.
A SMART-1 foi a primeira missão da Agência Espacial Europeia (ESA) a ir ao espaço utilizando esse tipo de propulsão. A propulsão iônica será também usada na missão BepiColombo, quando esta for lançada em outubro deste ano rumo a Mercúrio. A BepiColombo é resultado de uma parceria da ESA com a JAXA (Agência Espacial Japonesa).