Redação do Site Inovação Tecnológica - 15/05/2013
Tempestades solares
O Sol teve na segunda-feira sua mais forte erupção em 2013 e a terceira de grandes dimensões em 24 horas.
Foram as primeiras erupções de classe X do ano, em um período marcado por uma inédita baixa atividade do Sol.
Ainda assim, os três eventos não bateram recordes: a maior ejeção de massa coronal do atual ciclo solar ocorreu em Agosto de 2011, chegando a X 6,9.
O Sol segue um ciclo de atividades de 11 anos, mas o atual "máximo" está por volta da metade da atividade dos ciclos anteriores, e dando sinais descendentes, rumo a um novo mínimo - em 2009, o Sol atingiu o menor nível de atividade em um século.
Ejeções de massa coronal
As três grandes ejeções de massa coronal ocorreram no lado do Sol que não está de frente para a Terra, o que significa que as partículas liberadas pelos fenômenos não deverão atingir nosso planeta.
Quando direcionadas à Terra, as partículas liberadas pelo Sol nesses eventos podem afetar sistemas de comunicação, principalmente satélites artificiais. Quando são especialmente fortes, há risco de que afetem também redes de transmissão de energia.
Contudo, nos últimos anos, os principais efeitos das ejeções de massa coronal - quando elas ocorrem dirigidas para a Terra - têm sido a formação de belas auroras nas regiões polares.
Incêndios ou era do gelo
Mas nem sempre foi assim: em 1859, uma gigantesca ejeção de massa coronal gerou o chamado Evento de Carrington, que desativou a rede de telégrafos na América do Norte e na Europa e fez as auroras chegarem até o Havaí.
Caso um evento semelhante ocorra hoje, estima-se que o impacto seria muito maior, já que, em 1859, ainda não existia praticamente nenhuma tecnologia eletroeletrônica.
O contrário também é válido, ou seja, um período muito longo de baixa atividade solar pode afetar a Terra.
Entre 1645 e 1715, houve um prolongado decréscimo na observação de manchas solares e ocorrência de auroras. Este período é conhecido como "Mínimo de Maunder".