Redação do Site Inovação Tecnológica - 08/03/2010
A Agência Espacial Europeia (ESA) está se preparando para lançar o mais sofisticado satélite já construído para o estudo e o mapeamento dos gelos terrestres, tanto sobre a água quanto sobre o solo.
Satélite do gelo
O CryoSat, também conhecido como "satélite do gelo", será colocado em órbita a 700 km acima da superfície da Terra, por um foguete russo Dnepr, lançado do Cosmódromo de Baikonur, no Cazaquistão.
O CryoSat será o terceiro satélite de exploração da Terra da ESA, seguindo-se ao GOCE (lançado em Março de 2009) e ao SMOS, lançado em Novembro de 2009.
O projeto inicial era que ele que fosse o primeiro da série Earth Explorer a chegar ao espaço, mas o primeiro CryoSat perdeu-se devido a uma falha no lançador, em Outubro de 2005.
Espessura do gelo terrestre
A sonda espacial de 700 Kg - que deve o nome à palavra grega kryos, que significa gelo - transporta um altímetro de micro-ondas único.
O instrumento foi otimizado para determinar alterações na espessura tanto dos gelos flutuantes marítimos, na faixa das dezenas de metros, quanto das calotas polares, que na Antártida podem atingir cinco quilômetros, e das geleiras.
A missão irá fornecer dados sobre a taxa de alteração da espessura dos gelos com uma precisão de um centímetro.
Isso será feito por meio de um sofisticado radar altimétrico, chamado SIRAL (Synthetic Aperture Radar Interferometric Radar Altimetry), que fará medições em sequência para detectar as variações na espessura das camadas de gelo ao longo do ano.
Gelos da Terra
Recentemente foram atingidos recordes mínimos nos gelos marítimos, durante o verão, no Ártico, demonstrando que estão ocorrendo alterações significativas nas regiões polares que ainda não são bem conhecidas.
As camadas de gelo na Terra têm sido mapeadas do espaço há décadas, por satélites como o Envisat. Mas, para entender de que forma as alterações climáticas estão afetando estas regiões de extrema sensibilidade, há uma necessidade urgente de determinar as alterações na espessura do próprio gelo.
Os dados do CryoSat levarão a um melhor entendimento da dinâmica das massas de gelo, oferecendo informações valiosas para a comunidade científica, contribuindo para os estudos das alterações climáticas.
O lançamento do CryoSat estava previsto para o dia 25 de Fevereiro, mas foi adiado por um defeito no foguete.