Redação do Site Inovação Tecnológica - 23/02/2009
Mesmo com todo o sucesso dos robôs Spirit e Opportunity, que estão explorando Marte há mais de cinco anos, eles não deixaram de ter seus problemas com o fino solo do planeta, chegando a ficar encalhados por vários dias.
O problema deverá ser ainda maior na Lua, com o seu fino regolito, uma espécie de pó que recobre nosso satélite, com vários centímetros de espessura.
Robô antiatolamento
Mas os robôs do futuro estarão melhor equipados para enfrentar esse desafio, graças à descoberta de pesquisadores da Universidade da Geórgia, nos Estados Unidos.
Depois de analisar em detalhes a locomoção de um robô sobre superfícies granulares, os pesquisadores recomendaram que os próximos veículos substituam a pressa pela cautela. Movendo-se mais lentamente eles agitarão menos o solo e terão menor chance de ficaram atolados.
"Nós descobrimos que, quando um robô gira suas 'pernas' muito rapidamente, ou quando a areia é muito solta, a robô passa de um movimento de locomoção rápida para um movimento de natação, muito mais lento," explica o Dr. Daniel Goldman.
Robô da areia
Para testar a sua "física do movimento sobre meio granulométrico," os pesquisadores criaram o SandBot (robô da areia), um pequeno robô equipado com seis conjuntos de um misto de rodas e pernas, em que fitas metálicas em formato de C fazem as vezes de pés.
Como bem sabem os físicos e os pilotos de rally, a areia pode ser um terreno altamente traiçoeiro, mudando rapidamente de um comportamento de sólido para um comportamento de líquido, o que exige diferentes estratégias de locomoção quando se está andando no plano, na subida ou na descida.
Rodando livremente, o robô ficou atolado na areia assim que todas as suas pernas entraram na caixa de testes. Analisando com precisão seu movimento, os engenheiros descobriram que ele pode andar com precisão sobre a areia mediante o ajuste da velocidade das suas pernas nos momentos em que elas tocam a areia e nos momentos em que elas estão girando livres, dando a volta para um novo passo.
Outros dois fatores importantes para evitar que o SandBot atole são a frequência de rotação das suas rodas/pernas, que deve ser fixa, e o ângulo no qual a perna começa a acelerar quando deixa o solo - sua desaceleração acontece quando ela toca novamente o solo e recebe a carga do corpo do robô.
Mãozinha para a biologia
Com todos os parâmetros ajustados, o robô agora consegue andar em alta velocidade sobre a mesma areia na qual ele encalhou assim que entrou na primeira vez. Sua velocidade atinge o equivalente ao comprimento de seu corpo por segundo.
Além de ajudar a construir robôs espaciais mais eficientes, os pesquisadores afirmam que sua pesquisa ajudará também os biólogos a entenderem melhor como os animais andam de forma tão eficiente e sem esforço sobre uma grande diversidade de solos.