Redação do Site Inovação Tecnológica - 21/07/2014
Binários de contato
A sonda espacial Roseta está prestes a fazer história ao pousar sobre um cometa.
E a tarefa pode ser ainda mais difícil do que se imaginava.
Imagens captadas conforme a sonda se aproxima do cometa 67P/Churymov-Gerasimenko - ela deverá alcançá-lo em Agosto - revelaram que o cometa possui uma forma extraordinariamente irregular.
São dois componentes bem distintos, com um segmento alongado e outro mais arredondado.
Objetos duplos como este são conhecidos como "binários de contato", e não são tão incomuns - o asteroide Itokawa, por exemplo, visitado pela missão Hayabusa, da Agência Espacial Japonesa, possui duas seções com densidades muito diferentes.
Mas isso coloca desafios adicionais para a aproximação e o lançamento do módulo de pouso.
O módulo que deverá pousar no cometa mede um metro de comprimento por 80 centímetros de altura. A sonda leva 21 experimentos no total, sendo 10 no módulo de pouso e 11 no módulo orbital.
Imagens editadas
As fotos - uma sequência de 36 imagens captadas com intervalos de 20 minutos - foram tiradas a uma distância de 12 mil quilômetros.
Isso exigiu uma série de tratamentos em computador para gerar uma melhor visualização.
A técnica utilizada, chamada "sub-amostragem por interpolação", remove a pixelização e produz uma imagem mais uniforme. É importante notar que a superfície do cometa não deverá ser tão suave como essa imagem tratada sugere.
A textura da superfície ainda não está otimizada porque a sonda espacial ainda está muito longe do cometa. Nesta fase inicial, as regiões aparentemente mais brilhantes ou mais escuras na imagem podem ser falsas interpretações do processo de tratamento de imagem.
Pedra de Roseta
O nome da sonda, Rosetta, vem da famosa Pedra de Roseta, a partir da qual se conseguiu decifrar os hieróglifos egípcios, cerca de 200 anos atrás.
Da mesma forma, os astrônomos esperam que a sonda Rosetta consiga lançar uma luz sobre os mistérios que envolvem a formação do nosso Sistema Solar - os cometas são de grande interesse porque se acredita que sua composição reflita como o Sistema Solar era em seu nascimento, cerca de 4,6 bilhões de anos atrás.