Redação do Site Inovação Tecnológica - 09/10/2007
A forma mais eficiente de livrar a Terra da colisão catastrófica de um asteróide pode estar em um enxame de pequenos espelhos. Operando de forma coordenada, essas pequenas sondas espaciais criariam um poderoso foco de luz sobre o asteróide, fundindo sua superfície e criando uma espécie de "vulcão artificial".
Impacto de asteróides
O material evaporado da superfície do asteróide geraria um empuxo, funcionando como se fosse um foguete instalado na superfície e alterando a órbita do NEO (Near Earth Object).
"O impacto de asteróides é uma ameaça real. A explosão de Tunguska em 1908 devastou uma área maior do que a Grande Londres. Com apenas 10 espaçonaves voando em formação, cada uma com um espelho de 20 metros, nós podemos desviar um asteróide de tamanho similar para uma órbita segura em cerca de seis meses," diz o pesquisador Massimiliano Vasile.
O Dr. Vasile e seus colegas da Universidade de Glasgow, na Escócia, compararam nove métodos hoje tido como promissores para o desvio de asteróides em rota de colisão com a Terra. E os resultados mostram que uma frota de pequenas sondas espaciais dotadas de espelhos é a melhor delas.
Concentrador solar
O método é conhecido tecnicamente como concentrador solar e sua grande vantagem é que ele depende de poucos avanços tecnológicos, podendo ser construído nos próximos 20 anos. O principal desafio está no desenvolvimento dos softwares que permitam o controle preciso do vôo em formação de sondas espaciais.
As diversas sondas deverão se posicionar corretamente e de forma autônoma, com uma precisão que permita que a luz refletida pelos espelhos de todas elas concentrem-se no mesmo ponto na superfície do asteróide, gerando uma temperatura capaz de fundir a rocha, o que causará a evaporação do material.
As rochas que formam um asteróide típico fundem-se ao redor de 2.100º C. Para atingir essa temperatura, os satélites deverão gerar um foco conjunto em uma área de sua superfície medindo de 0,5 a 1,5 metro.
Formatos de espelhos
Os cientistas estudaram a utilização de diversos tipos de espelhos, desde um único espelho plano e refletores parabólicos dotados de lentes para concentração da luz, até uma frota de milhares de pequenos satélites dotados de espelhos direcionais.
As configurações de espelho único não se mostraram funcionais. Mas os pesquisadores descobriram que um asteróide de 150 metros de diâmetro poderá ser desviado por uma frota de 100 espelhos em poucos dias. Para um asteróide do tamanho do que causou a cratera de Chicxulub, que se acredita ter causado a extinção dos dinossauros, seria necessário uma frota de 5.000 pequenos satélites espelhados, operando por um período entre três e quatro anos.