Redação do Site Inovação Tecnológica - 09/01/2006
Cientistas e astrônomos do mundo todo já estão prendendo a respiração: no próximo dia 15, a pequena cápsula de retorno da sonda espacial Stardust deverá reentrar na atmosfera terrestre, a uma velocidade superior a 46.000 quilômetros por hora. Na bagagem, a sonda traz poeira da cauda do Wild 2, coletada quando ela passou a pouco mais de 200 quilômetros do cometa.
Todos ainda se lembram do fracasso da reentrada da Genesis, que trazia poeira solar e caiu violentamente no solo, quando seus pára-quedas não funcionaram. A sonda espacial japonesa Hayabusa também parece ter fracassado em sua recente tentativa de pousar sobre um cometa.
Ao reentrar na atmosfera, a cápsula de retorno da Stardust deverá ter sua velocidade diminuída para algo próximo à velocidade do som, quando então seu sistema de pára-quedas deverá entrar em ação, trazendo-a em segurança até o solo do deserto norte-americano, próximo à cidade de Salt Lake City.
A Stardust capturou a poeira da cauda do cometa Wild 2 com a ajuda de um coletor, no formato de uma raquete de tênis, feito com aerogel, a substância menos densa que existe. A grande porosidade do aerogel foi a responsável pela captura e armazenamento das minúsculas partículas, menores do que um grão de areia e que, quando capturadas, viajavam a uma velocidade seis vezes superior à de um projétil disparado por arma de fogo.
O outro lado do coletor-raquete foi utilizado para capturar partículas interestelares, existentes entre os diversos corpos do Sistema Solar. Os cientistas acreditam que a Stardust deve ter recolhido pelo menos 100 partículas de poeira interestelar e dezenas de milhares de partículas da cauda do cometa Wild 2.