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Plantão

BP afirma ter conseguido bombear óleo do poço avariado

BBC - 16/05/2010


A empresa petrolífera BP anunciou neste domingo ter conseguido começar a bombear o óleo do poço que vinha vazando no Golfo do México desde a explosão de uma plataforma de exploração no dia 20 de abril.

Submarinos-robôs

Em entrevista coletiva no Texas, o executivo da BP, Kent Wells, disse que submarinos-robôs inseriram um tubo de 15 cm de diâmetro dentro da tubulação avariada, ligando o poço a um navio petroleiro, e que até o momento, "o sistema está funcionando extremamente bem".

Por causa do seu diâmetro, no entanto, o novo tubo é capaz de capturar apenas três quartos do óleo que vaza do poço. Há também um outro vazamento que ainda precisa ser contido.

Petróleo submarino

Cientistas do Instituto Nacional para Ciência e Tecnologia Submarina dos Estados Unidos afirmaram ter detectado diversas manchas de óleo pouco abaixo da superfície e a profundidades de 1,2 mil metros.

"Pode levar anos, possivelmente décadas, para o sistema se recuperar de uma quantidade tão grande de óleo e gás", afirmou Samantha Joye, da universidade da Geórgia.

"Nunca tínhamos visto nada parecido. É impossível avaliar o impacto."

Governo exige garantias

No sábado, o governo dos Estados Unidos exigiu em uma carta endereçada ao presidente da petrolífera BP, Tony Hayward, no sábado esclarecimentos imediatos sobre o compromisso da empresa de bancar os prejuízos causados pelo derramamento de óleo no Golfo do México.

Autoridades do governo do presidente Barack Obama enviaram uma carta à companhia, na qual afirmam querer garantias de que a BP vai honrar o compromisso de não limitar as suas despesas ao pagamento exigido por lei de US$ 75 milhões (cerca de R$ 133 milhões).

"O povo tem o direito de ter uma compreensão clara do compromisso da BP com o combate a toda a destruição que ocorreu ou vai ocorrer", diz o texto assinado pelo secretário do Interior, Ken Salazar, e pela secretária de Segurança Doméstica, Janet Napolitano.

"Por isso, no caso de o nosso entender ser impreciso, requeremos esclarecimento imediato sobre as reais intenções da BP."

Fugindo da responsabilidade

No sábado, a empresa afirmou que as substâncias dispersantes espalhadas na sexta-feira no local do vazamento, provocado pela explosão de uma plataforma que matou 11 pessoas no dia 20 de abril, começaram a fazer efeito.

Mesmo assim, o óleo já chegou a três Estados americanos: Mississipi, Lousiana e Alabama.

Na sexta-feira, o presidente Obama deu a entender que a BP e outras companhias estariam tentando se esquivar de suas responsabilidades. Ele condenou a troca de acusações entre executivos que testemunharam no Congresso e classificou o episódio de "espetáculo ridículo".

Obama já suspendeu temporariamente todas as explorações de novos poços, e muitos políticos gostariam de que a decisão fosse confirmada em caráter permanente.

A BP afirmou que os dispersantes químicos espalhados no local do acidente na sexta-feira reduziram a quantidade de petróleo a chegar na superfície do mar.

Pior das hipóteses

O presidente da BP, Tony Hayward, afirmou à BBC esperar que o vazamento possa ser contido dentro dos próximos dez dias.

No entanto, ele admitiu que, na pior das hipóteses, isso levaria "muito mais tempo e é impossível dizer quanto tempo mais".

Há uma semana, a BP experimentou utilizar um cone metálico de cem toneladas para conter o vazamento, mas a tentativa fracassou depois que a peça ficou coberta por cristais de gelo.

Números irreais

Alguns cientistas questionam as estimativas oficiais da companhia petrolífera sobre o volume de óleo sendo diariamente despejado no mar, de 5 mil barris de óleo. Para muitos, isto estaria bem abaixo da realidade.

O vazamento já ameaça deixar para trás o derramamento de óleo do navio Exxon Valdez, em 1989, na costa do Alasca, que até o momento é considerado o pior desastre ambiental americano

No ano passado, a BP foi multada em US$ 87 milhões por não ter melhorado as condições de segurança depois de uma enorme explosão que provocou a morte de 15 pessoas em uma refinaria na cidade do Texas.

O Serviço de Administração Mineral dos Estados Unidos tinha realizado inspeções de rotina na plataforma Deepwater Horizon em fevereiro, março e abril deste ano, sem encontrar nenhuma violação às normas de segurança.

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