Redação do Site Inovação Tecnológica - 15/09/2023
Limites Planetários
Uma abordagem para o estudo do sistema planetário terrestre, conhecido como "Limites Planetários", atualizou seus dados e não trouxe boas notícias: Seis dos nove limites já foram transgredidos.
A conclusão da equipe é que as atividades humanas têm cada vez mais impacto no planeta e, assim, aumentam os riscos de desencadear mudanças dramáticas nas condições gerais da Terra.
A interação entre a vida e o clima controlou as condições ambientais globais na Terra por bilhões de anos. A introdução das atividades humanas - por exemplo, a substituição da natureza por outras utilizações do solo, a alteração da quantidade de água nos rios e no solo, a introdução de produtos químicos sintéticos no ambiente e a emissão de gases com efeito estufa para a atmosfera - passou a influenciar essas interações, alterando-as de modo muito rápido.
As nove "fronteiras planetárias" representam componentes do ambiente global que regulam a estabilidade e a habitabilidade do planeta para as pessoas, e o grau de violação desses limites seguros é determinado pelas atividades humanas que impactam cada um dos componentes.
Essa abordagem de limites planetários aplica a compreensão científica mais recente sobre o funcionamento do sistema Terra para tentar identificar um "espaço operacional seguro" para a humanidade, propondo limites para a medida em que as atividades humanas podem ter impacto em processos críticos sem risco de potencialmente desencadear mudanças irreversíveis nas condições da Terra.
Os nove limites que mostram o nível a habitabilidade da Terra para os humanos são:
Além dos limites do planeta
Esta é a primeira vez que os cientistas conseguiram compilar métricas para todos os nove limites.
A transgressão está aumentando em todos os nove, sendo que seis deles foram transgredidos. Aqueles que ainda mantêm a integridade são a camada estratosférica de ozônio; a acidificação dos oceanos, que se aproxima da condição limite; e a carga de aerossol atmosférico, embora o limite já tenha sido violado em algumas regiões.
A principal conclusão dos cientistas é que a preocupação com a preservação do planeta não pode se limitar às mudanças climáticas causadas pelo homem. "Depois das alterações climáticas, a integridade da biosfera é o segundo pilar da estabilidade do nosso planeta. A nossa investigação mostra que a mitigação do aquecimento global e a preservação de uma biosfera funcional para o futuro têm de andar de mãos dadas," disse Wolfgang Lucht, membro da equipe.
A seguir, a equipe coloca o foco no uso de biomassa como alternativa ao carvão, petróleo e gás. A biomassa é o produto da fotossíntese, processo pelo qual as plantas convertem a energia do Sol em energia que pode ser utilizada por outros organismos vivos e, assim, fornece a energia que sustenta a biodiversidade.
"O nosso estudo mostra que os humanos estão se apropriando do equivalente a cerca de 30% da energia que estava disponível para sustentar a biodiversidade antes da Revolução Industrial," disse Katherine Richardson, que liderou o estudo. "Certamente, a remoção de grande parte da energia que de outra forma estaria disponível para a natureza deve ser um fator de perda de biodiversidade. Portanto, propomos a adoção da Apropriação Humana da Produção Primária Líquida (HANPP), ou seja, o uso de biomassa, como uma das duas métricas ao avaliar os impactos humanos na biodiversidade."