Com informações da BBC - 07/01/2011
Guerra econômica
O ministro francês das Indústrias, Eric Besson, advertiu nesta quinta-feira que a França enfrenta uma "guerra econômica", em meio a alertas da montadora Renault de que teria sido vítima de espionagem industrial.
O caso, disse o ministro à rádio francesa RTL, "parece sério". "A expressão 'guerra econômica', ainda que às vezes pareça absurda, é apropriada", declarou.
A espionagem na Renault, segundo o ministro, envolveria segredos de projetos de carros elétricos da montadora.
A empresa está investigando um "alerta ético" enviado a seu comitê de queixas, relatando a suposta espionagem.
Três executivos da montadora foram suspensos na última quarta-feira - um deles é membro do comitê de gerência da empresa - e terão oportunidade de se defender das acusações de terem vazado as informações antes que o departamento de recursos humanos decida se eles serão punidos.
Veículos elétricos
Nesta quinta-feira, a Renault afirmou à agência de notícias AFP que o caso de espionagem representa uma ameaça séria a seus "bens estratégicos".
A montadora, junto com sua parceira Nissan, tem investido fortemente em tecnologia para veículos elétricos.
Ambas planejam lançar novos modelos elétricos nos próximos dois anos, argumentando que a tecnologia é a melhor solução de longo prazo para reduzir as emissões de carbono por veículos.
Em contraste, rivais como a General Motors e a Toyota têm investido em carros híbridos, com motores movidos a eletricidade e gasolina.
Ladrões corporativos
O correspondente de transportes da BBC, Richard Scott, explica que o primeiro veículo elétrico da Renault, o Fluence ZE, só deve estar disponível no final deste ano.
"Nesse ponto, a montadora já está atrasada em comparação com alguns rivais. Se seus segredos tiverem sido roubados, sua situação piorará."
Ele acrescenta que novas tecnologias devem continuar a surgir nesse setor. "Muitos preveem para o futuro carros elétricos a base de hidrogênio, em vez de baterias. E essa é uma área totalmente nova para ladrões corporativos se envolverem."