Redação do Site Inovação Tecnológica - 18/02/2009
Milhões de toneladas de material plástico são jogados anualmente em aterros ou diretamente no meio ambiente todos os anos. O problema seria bem menor se os plásticos fossem biodegradáveis e não demorassem tanto tempo para se decompor.
Plásticos que dão em plantas
É justamente isso o que promete uma nova pesquisa feita na Universidade de Missouri, nos Estados Unidos. Os pesquisadores sugerem que ao menos uma parte do plástico feito de derivados do petróleo poderá ser substituída por plásticos feitos a partir das plantas.
Quando finalmente descartado, ao final de sua vida útil, esse material não representará danos ao meio ambiente porque ele será totalmente reciclável ou, ainda que seja descartado, será biodegradável.
"Fazer plásticos a partir das plantas não é uma ideia nova," diz o pesquisador Brian Mooney. "Plásticos feitos de amido vegetal e de proteína de soja têm sido usados como uma alternativa ao plástico à base de petróleo há algum tempo. O que é relativamente novo - e entusiasmante - é a ideia de usar as plantas para realmente fazer o plástico crescer."
Polímero orgânico
Empregando uma série de modernas técnicas moleculares, os cientistas introduziram três enzimas bacterianas na planta Arabidopsis thaliana, um dos modelos vegetais mais utilizados pela ciência.
Quando se combinam com outras duas enzimas da própria planta, o resultado é a produção de um polímero orgânico conhecido como PHBV [poli(hidroxibutirato-co- hidroxivalerato)].
O PHBV é flexível e moldável, podendo ser utilizado na fabricação de um grande número de produtos, incluindo sacolas de supermercado, garrafas de refrigerantes e utensílios domésticos.
Quando descartado, o plástico vegetal é totalmente degradado em água e dióxido de carbono por bactérias presentes no solo.
Switchgrass
A chave para fazer com que a própria planta produza o plástico foi gerar espécimes geneticamente modificados, nos quais a produção de uma das enzimas da planta, precursoras do PHBV, foi migrada das mitocôndrias para o cloroplasto.
A tecnologia é promissora, mas ainda não está pronta para uso. O próximo passo da pesquisa é demonstrar que os compostos estáveis produzidos na planta-modelo também são produzidas em "plantas reais", como a switchgrass, uma gramínea de grande interesse para a produção de biomassa.