Logotipo do Site Inovação Tecnológica





Meio ambiente

Para-raios a laser é aprovado em seu primeiro teste

Redação do Site Inovação Tecnológica - 17/01/2023

Para-raios a laser é aprovado em seu primeiro teste
O laser "captura" também raios vindos de direções para as quais ele não está apontado.
[Imagem: Aurélien Houard et al. - 10.1038/s41566-022-01139-z]

Para-raios a laser

Mais de três séculos depois que Benjamin Franklin inventou o para-raios, em 2021 uma equipe de engenheiros europeus começou a testar na Suíça um novo conceito de para-raios a laser - o sistema é chamado LLR (Laser Lightning Rod).

Os resultados do teste saíram agora e a conclusão da equipe é que o para-raios a laser é viável, "capturando" os raios e ampliando largamente a área de proteção do para-raios, quaisquer que sejam as condições do tempo.

Isto é muito melhor do que o sistema de proteção contra descargas atmosféricas do tipo Franklin, que continua sendo basicamente um mastro pontiagudo e condutor feito de metal conectado ao solo, e que é capaz de proteger uma superfície com um raio mais ou menos igual à sua altura. Assim, uma haste de 10 metros (m) de altura protegerá uma área com um raio de 10 m.

No entanto, como a altura dos mastros não é ilimitada, este não é um sistema ideal para proteger locais sensíveis em uma área ampla, como aeroportos, parques eólicos ou usinas nucleares.

Ao gerar canais de ar ionizado rumo às nuvens, o para-raios a laser pode estender-se virtualmente sem limites, assim como a superfície da área que ele está protegendo - em vez de uma haste metálica, é o canal de ar ionizado gerado, ou plasma, que guia os raios ao longo do feixe de laser, fazendo-os descarregar no solo.

Para-raios a laser é aprovado em seu primeiro teste
Esquema do para-raios a laser.
[Imagem: T. Produit et al. - 10.1051/epjap/2020200243]

Melhor com o laser

Para aferir a eficácia do laser, a equipe instalou seu sistema junto a um para-raios tradicional, e então comparou os resultados com períodos sem o laser.

"O objetivo era ver se havia diferença com ou sem o laser," explica Aurélien Houard, membro da equipe. "Comparamos os dados coletados quando o filamento do laser foi produzido acima da torre e quando a torre foi atingida naturalmente por um raio".

Levou quase um ano para analisar a quantidade colossal de dados coletados. É esta análise que foi publicada agora, mostrando que o para-raios a laser pode guiar raios de forma eficaz.

"Desde o primeiro raio usando o laser, descobrimos que a descarga poderia seguir o feixe por quase 60 metros antes de atingir a torre, o que significa que ele aumentou o raio da superfície de proteção de 120 m para 180 m," disse o professor Jean-Pierre Wolf, membro da equipe.

A análise dos dados também demonstra que o LLR, ao contrário de outros lasers, funciona mesmo em condições climáticas difíceis, como sob neblina, que pode dispersar o feixe de luz.

O próximo passo do consórcio será aumentar ainda mais a altura de ação do laser. O objetivo de longo prazo inclui o uso do LLR para estender a área de proteção de um para-raios de 10 m para 500 m.

Bibliografia:

Artigo: Laser-guided lightning
Autores: Aurélien Houard, Pierre Walch, Thomas Produit, Victor Moreno, Benoit Mahieu, Antonio Sunjerga, Clemens Herkommer, Amirhossein Mostajabi, Ugo Andral, Yves- Bernard André, Magali Lozano, Laurent Bizet, Malte C. Schroeder, Guillaume Schimmel, Michel Moret, Mark Stanley, W. A. Rison, Oliver Maurice, Bruno Esmiller, Knut Michel, Walter Haas, Thomas Metzger, Marcos Rubinstein, Farhad Rachidi, Vernon Cooray, André Mysyrowicz, Jérôme Kasparian, Jean-Pierre Wolf
Revista: Nature Photonics
DOI: 10.1038/s41566-022-01139-z
Seguir Site Inovação Tecnológica no Google Notícias





Outras notícias sobre:
  • Monitoramento Ambiental
  • Raios Laser
  • Fotônica
  • Impactos sobre o Meio Ambiente

Mais tópicos