BBC - 23/02/2010
Países em desenvolvimento do lixo eletrônico
A Organização das Nações Unidas (ONU) pediu, nesta segunda-feira, medidas urgentes para evitar problemas de saúde e ambientais provocados pela sucata eletrônica.
Em um relatório, o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) analisou dez países em desenvolvimento e destaca a urgência da adoção de medidas preventivas principalmente no Brasil, na Índia, na China e no México.
O documento alerta para o aumento de vendas de computadores, celulares, televisores e outros eletrodomésticos o que deve levar a um crescimento acelerado do lixo eletrônico nesses dez países.
Reciclagem
O relatório Recycling - from E-Waste to Resources ("Reciclando - do Lixo Eletrônico à Geração de Recursos", em tradução livre) projetou a quantidade de lixo nestes países a partir de dados atuais.
Na China e na África do Sul, por exemplo, a previsão é de que até 2020 a sucata de computadores obsoletos cresça 200% e 400% em comparação aos níveis de 2007. Na Índia, o aumento deverá ser de 500%, de acordo com o estudo.
Só o lixo produzido por aparelhos de celulares jogados fora pelos indianos seria 18 vezes maior em 2020 do que em 2007. Na China, o aumento seria de sete vezes.
Poluição tóxica
Atualmente, os chineses produzem 2,3 milhões de toneladas de lixo eletrônico, perdendo apenas para os Estados Unidos, que produzem 3 milhões de toneladas. Além disso, a China importa sucata de países desenvolvidos para incineração e reciclagem.
De acordo com o Pnuma, a maior parte desse material é tratada incorretamente, criando "poluição tóxica de longo alcance".
Sem dados?
Embora o Brasil tenha sido destacado pelo estudo do Pnuma, o relatório afirma que não há dados disponíveis sobre a venda de eletroeletrônicos. A quantidade foi estimada com base nos dados do Índice de Desenvolvimento Mundial.
A partir dessas informações, o estudo põe o Brasil ao lado de México e China como os maiores produtores de sucata eletroeletrônica dos 11 países examinados, com 0,4 toneladas per capita.