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Mecânica

Nanotecnologia recupera 100% de ouro e prata nas minas

Redação do Site Inovação Tecnológica - 21/09/2011

Nanotecnologia recupera 100% de ouro e prata nas minas
A curva preta mostra a taxa de recuperação dos minerais no atual processo de flotação. A curva vermelha mostra a recuperação com a nova tecnologia com nanopartículas.
[Imagem: Yang et al./Langmuir]

Flotação

Pesquisadores anunciaram a descoberta de uma técnica capaz de recuperar até 100% dos metais preciosos - ouro, prata, cobre e outros - presentes em um minério.

Os metais, sobretudo os pertencentes ao grupo do ouro e ao grupo da platina, ocorrem intimamente ligados no interior de rochas.

Para extraí-los, estas rochas são moídas e, a seguir, passam por um processo chamado flotação.

Na flotação, o pó do minério é mergulhado em um banho com água e compostos químicos que se ligam aos metais que se deseja recuperar.

Bolhas de ar são injetadas na parte de baixo desse tanque, fazendo com que as substâncias "coletoras" flutuem, de onde elas são retiradas continuamente.

Teor baixo

Etapas sucessivas permitem a captura de um alto percentual do metal originalmente presente no minério.

Mas sempre há perdas, cuja recuperação seria cara demais - geralmente mais cara do que o preço obtido pelo metal puro.

Com isso, as pilhas de rejeito das mineradoras contêm toneladas de metais preciosos, mas em um teor baixo demais para que sua recuperação seja economicamente viável.

Nanotecnologia recupera 100% de ouro e prata nas minas
Basta uma cobertura de 5% da partícula de mineral pelas nanopartículas para obter uma elevada eficiência.
[Imagem: Yang et al./Langmuir]

Nanopartículas coletoras

Agora, Robert Pelton e seus colegas da Universidade McMaster, no Canadá, afirmam ter encontrado na nanotecnologia uma saída para esse "desperdício".

Segundo eles, os cálculos indicam que pode ser possível recuperar até 100% do metal contido no minério.

O novo processo usa nanopartículas como substância coletora. Essas nanopartículas grudam nos metais.

Por outro lado, elas repelem a água, o que as faz flutuar automaticamente, sem depender das bolhas de ar.

Nos experimentos em laboratório, os cientistas demonstraram que as nanopartículas grudam tão fortemente nas partículas do mineral que foi possível recuperar quase 100% delas - foram usadas microesferas de vidro para simular as partículas moídas do minério.

"A adsorção das nanopartículas catiônicas de poliestireno às esferas de vidro de 43 micrômetros de diâmetro - o modelo mineral - permitiu uma remoção virtualmente total das esferas por flotação. Basta uma cobertura de 5% da partícula de mineral pelas nanopartículas para obter essa eficiência," escrevem os pesquisadores.

Ocorrência, reserva, jazida e mina

Além de permitir uma recuperação maior dos metais, a nova tecnologia poderá viabilizar a exploração de depósitos minerais que têm um teor muito baixo, o que atualmente os impede de se tornarem minas.

Além disso, várias ocorrências minerais não são pesquisadas porque os teores iniciais mostram-se antieconômicos.

Uma ocorrência mineral é um local onde há a presença de determinado mineral de importância econômica.

Quando a quantidade desse mineral é medida, a ocorrência passar a ser tratada como um depósito, ou reserva mineral.

Quando um depósito mineral é explorado economicamente, ele passa a ser chamado de jazida, que é explorada na forma de uma mina.

Bibliografia:

Artigo: Nanoparticle Flotation Collectors: Mechanisms Behind a New Technology
Autores: Songtao Yang, Robert Pelton, Adam Raegen, Miles Montgomery, Kari Dalnoki-Veress
Revista: Langmuir
Vol.: 2011, 27 (17), pp 10438-10446
DOI: 10.1021/la2016534
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