Maior depósito de terras raras da Europa é descoberto na Suécia

Redação do Site Inovação Tecnológica - 13/01/2023

A ocorrência de terras raras está ao lado de uma mina de fertilizante já explorada pela empresa.
[Imagem: LKAB]

Terras raras

A mineradora sueca LKAB anunciou a descoberta do maior depósito de terras raras da Europa - não existe nenhuma mina de terras raras na Europa atualmente.

Os elementos de terras raras são metais essenciais para a fabricação de veículos elétricos, turbinas eólicas e discos rígidos de computador, e a maior parte da oferta mundial hoje é provida pela China - os elementos mais conhecidos desse grupo são o neodímio e o praseodímio.

"Este é o maior depósito conhecido de elementos de terras raras em nossa parte do mundo e pode se tornar um elemento significativo para a produção de matérias-primas críticas que são absolutamente cruciais para permitir a transição verde. Enfrentamos um problema de abastecimento; sem minas, não pode haver veículos elétricos," disse Jan Moström, principal executivo da empresa.

Um elemento positivo é que a descoberta foi feita bem ao lado da mina de Kiruna, que vem sendo explorada para a extração de fertilizantes há 160 anos, o que significa que toda a infraestrutura para uma eventual exploração já está pronta.

Os elementos de terras raras ocorrem junto com o fósforo no mineral apatita, no que é principalmente um depósito de minério de ferro e que, portanto, pode ser produzido como subproduto. Este é um elemento importante na eventual viabilização econômica futura da mineração.

Da ocorrência à mina

Mas há um longo caminho a percorrer antes que a descoberta se transforme em metais disponíveis para venda.

O que os geólogos da empresa encontraram é classificado como uma "ocorrência mineral". Agora será necessário fazer perfurações de amostragem com uma malha de furos mais adensada; se as amostras mostrarem um teor de minerais alto o suficiente para uma exploração, então a ocorrência será reclassificada como "reserva mineral". A seguir deverão ser feitas as análises econômicas (se a exploração dará lucro) e técnicas (se é possível extrair os elementos do minério), que poderão então redefinir a reserva como uma mina, quando então começarão os investimentos para a exploração.

A LKAB já começou a preparar uma deriva (um furo lateral da mina existente), com vários quilômetros de extensão, a uma profundidade de aproximadamente 700 metros, em direção ao novo depósito, a fim de poder investigá-lo em detalhe.

"Já estamos investindo pesadamente para seguir em frente e esperamos que leve vários anos para investigar o depósito e as condições para minerá-lo de forma lucrativa e sustentável. Estamos cientes dos desafios que envolvem o uso da terra e os impactos que existem para transformá-la em uma mina e isso vai precisar ser analisado para ver como evitá-los, minimizá-los e compensá-los. Só então poderemos fazer um pedido de revisão ambiental e solicitar uma licença," disse Moström.