Com informações da Agência USP - 16/07/2014
Tecnologias para o pré-sal
O Laboratório de Escoamentos Multifásicos Industriais (LEMI), financiado pela Petrobras, está em fase final de construção no campus da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC) da USP.
O objetivo do laboratório, que ocupará um prédio de dois mil metros quadrados, será desenvolver tecnologias que envolvam soluções na área de exploração e produção de petróleo e gás no pré-sal.
Nas instalações do LEMI será possível simular processos que envolvam escoamentos multifásicos em alta pressão - fase da produção em que há mistura de petróleo e bolhas de gás dióxido de carbono (CO2) denso.
"No laboratório serão realizados experimentos utilizando técnicas que cheguem o mais próximo às grandezas físicas da produção industrial - pressão, temperatura e vazão. Para tanto, a infraestrutura também foi planejada para as condições industriais, com tubulações de aço, instrumentação avançada e normas de seguranças mais rígidas", esclarece o coordenador do laboratório, Oscar Mauricio Hernandez Rodriguez.
Entre os equipamentos com tecnologia de ponta adquiridos para o laboratório estão como um PIV (Particle Image Velocimetry) de última geração, câmera filmadora de alta velocidade e anemômetro por laser doppler (LDA, sigla em inglês), que realiza medições locais instantâneas precisas de velocidade do escoamento.
Um densitômetro de raios gama de dupla fonte também está sendo importado para fazer medições de propriedades do escoamento por meio de técnicas nucleares. "Esse tipo de instrumentação é comum em laboratórios de química e física, e o LEMI será o único laboratório de mecânica dos fluidos do Brasil a desenvolver pesquisas com técnicas nucleares," disse Oscar.
Laboratório multiuso
Apesar de a Petrobras ter financiado o projeto do laboratório, não há um contrato de exclusividade, e demandas de outras empresas também poderão gerar pesquisas. Os convênios firmados serão de cooperação para desenvolvimento de pesquisa tecnológica e inovação, e contarão com a participação de alunos de pós-graduação.
"O laboratório, como um patrimônio da USP, também tem a finalidade de viabilizar o desenvolvimento de projetos acadêmicos no âmbito de ensino, pesquisa e extensão, e não irá oferecer privilégios em projetos ou trabalhos de consultoria a petrolíferas", relata o pesquisador.
"Com forte tendência do deslocamento da exploração do pré-sal para a Bacia de Santos, no litoral sul paulista, a Escola dará ainda mais contribuição ao desenvolvimento de soluções tecnológicas demandadas pelo setor", conclui Rodriguez.