Com informações da Agência Brasil - 03/10/2016
Cascatas de ultracentrífugas
A segunda fase do enriquecimento isotópico de urânio no Brasil já começou a ser preparada pela Indústrias Nucleares do Brasil (INB).
O presidente da INB, João Carlos Derzi Tupinambá, anunciou que o projeto básico e os relatórios e pedidos de autorização de licenças para essa nova fase já foram desenvolvidos pela estatal.
A primeira fase do projeto de enriquecimento de urânio será encerrada em 2019, quando serão atendidas 100% das necessidades de urânio enriquecido da Usina Nuclear Angra 1.
Atualmente, a usina de enriquecimento da INB, localizada no município de Resende (RJ), possui seis cascatas de ultracentrífugas em operação, o que permite atender cerca de 40% das necessidades da usina. Até o fim da primeira fase, serão adicionadas mais quatro cascatas.
"Na segunda fase, nós vamos ter um acréscimo de mais 11 módulos, que dariam conta de Angra 2 e Angra 3. Ainda sobraria alguma coisa para exportação. Para Angra 2, a gente precisa de mais cinco módulos e para Angra 3, mais seis," disse João Carlos.
A expectativa é que os módulos da nova fase sejam instalados no começo de 2022.
Exportação de urânio
De acordo com o presidente da INB, a produção de urânio enriquecido sempre gera algum excedente, que é exportado para atender demandas pontuais. Atualmente, a estatal está atendendo a um pedido da Argentina.
O embarque do material nuclear para o país vizinho - quatro toneladas no total - ocorrerá até o fim deste mês. Embora seja um volume pequeno, é considerado representativo por causa das oportunidades de negócio de longo prazo que pode gerar.
O Brasil faz parte do rol de 11 países que dominam hoje o ciclo de enriquecimento do urânio, o que aumenta a importância dessa primeira remessa de urânio ao exterior. "Não só consolida a presença da INB, mas a nossa capacidade tecnológica e nossa presença no cenário internacional do enriquecimento de urânio para fins pacíficos", disse o executivo.
A tecnologia utilizada na unidade da INB em Resende foi desenvolvida pelo Centro Tecnológico da Marinha em São Paulo (CTMSP) em parceria com o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen).