BBC - 07/06/2010
Na contramão
Um novo estudo geológico revela que ilhas do Pacífico que se acreditava estarem ameaçadas pelo aumento do nível do mar na verdade estão crescendo, e não afundando.
As ilhas de Tuvalu, Kiribati e da Micronésia estão entre as que cresceram, devido ao acúmulo de restos de corais e sedimentos. O estudo, publicado na revista New Scientist, prevê que essas ilhas ainda existirão dentro de 100 anos.
No entanto, ainda não está claro até que ponto elas serão habitáveis.
Aumento dramático
Nos últimos anos, os moradores de várias ilhas do Pacífico começaram a temer que seus países natais fossem varridos do mapa devido ao aumento do nível do mar.
Mas esse estudo sobre 27 ilhas, feito ao longo dos últimos 60 anos, sugere que a maioria permaneceu estável, enquanto algumas, na verdade, cresceram.
Usando fotos históricas e imagens de satélite, os geólogos descobriram que 80% das ilhas permaneceram iguais ou aumentaram - em alguns casos, dramaticamente.
Eles afirmam que isso se deve ao acúmulo de detritos de corais e sedimentos.
Prognóstico incorreto
O professor Paulo Kench, da Universidade de Auckland, na Nova Zelândia, diz que as ilhas não sofrem risco imediato de extinção.
"Esse prognóstico bastante sombrio para essas nações está incorreto", disse ele, um dos participantes do estudo. "Agora temos provas para sugerir que a base física desses países ainda estará lá dentro de 100 anos, então talvez eles não tenham que deixar seus países".
Mas apesar de as ilhas poderem continuar existindo, isso não significa que elas serão habitáveis no longo prazo, e os cientistas acreditam que futuros aumentos no nível do mar representem um perigo significativo para o modo de vida dos habitantes de Tuvalu, Kiribati, e dos Estados Federados da Micronésia.
Um cientista em Kiribati afirma que a população não deve ser levada a acreditar que cheias e erosão da costa sejam ameaças menores.