Redação do Site Inovação Tecnológica - 11/02/2025
Folhas com flores
As folhas artificiais representam uma das tecnologias mais promissoras para um futuro mais verde, usando diretamente a energia solar para produzir combustíveis e compostos químicos limpos.
E essas folhas sintéticas podem ficar ainda melhores se lhes adicionarmos algumas flores: Na verdade, nanoflores feitas de cobre.
Os pesquisadores das universidades de Cambridge, no Reino Unido, e da Califórnia em Berkeley, nos EUA, usaram esse conceito para criar uma maneira prática de produzir hidrocarbonetos - moléculas feitas de carbono e hidrogênio - dependendo exclusivamente da luz do Sol para funcionar.
A base do dispositivo experimental é uma folha artificial, na verdade um absorvedor de luz, feita de perovskita, um material que vem sendo usado para fabricar células solares de alta eficiência. A ela foi adicionada um catalisador de cobre no formato de uma flor em nanoescala, cujo formato e grande área superficial turbinam seu papel de catalisador para converter dióxido de carbono (CO2) em moléculas úteis.
Ao contrário da maioria dos catalisadores de metal, que só podem converter CO2 em moléculas de carbono único, as flores de cobre permitem a formação de hidrocarbonetos mais complexos, com dois átomos de carbono, como etano e etileno. E estes últimos são blocos de construção essenciais para produzir combustíveis líquidos, compostos químicos e plásticos.
Compostos químicos verdes
Quase todos os hidrocarbonetos hoje provêm de combustíveis fósseis, mas o método desenvolvido pela equipe resulta em produtos químicos e combustíveis limpos feitos de CO2, água e glicerol, sem nenhuma emissão adicional de carbono.
Para melhorar a eficiência e superar os limites de energia da divisão da água, a equipe adicionou eletrodos de nanofios de silício, que conseguem oxidar o glicerol. Isto produz hidrocarbonetos muito mais efetivamente - 200 vezes melhor do que os sistemas atuais para dividir a água e o dióxido de carbono.
A reação não apenas aumenta o desempenho da redução de CO2, como também produz compostos químicos de alto valor, como glicerato, lactato e formato, que têm aplicações em produtos farmacêuticos, cosméticos e síntese química.
"O glicerol é normalmente considerado um resíduo, mas aqui ele desempenha um papel crucial na melhoria da taxa de reação," explicou o pesquisador Virgil Andrei. "Isso demonstra que podemos aplicar nossa plataforma a uma ampla gama de processos químicos além da conversão de resíduos. Ao projetar cuidadosamente a área de superfície do catalisador, podemos influenciar quais produtos geramos, tornando o processo mais seletivo."
Embora a seletividade atual de CO2 para hidrocarboneto fique em torno de 10%, os pesquisadores estão otimistas sobre melhorar o projeto do catalisador de nanoflor para aumentar a eficiência.
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