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Detectada luz mais forte já emitida pelo Sol

Com informações da Physics World - 04/08/2023

Detectada luz mais forte já emitida pelo Sol
Esta montagem mostra uma fotografia do Observatório HAWC captando partículas (raios cósmicos), cujos caminhos são ilustrados como linhas vermelhas, geradas por raios gama de alta energia vindos do Sol.
[Imagem: Mehr Un Nisa]

Raios gama do Sol

Observações ao longo da última década mostraram que o Sol emite muito mais raios gama em energias na faixa dos gigaelétron-volts (GeV: 109 elétron-volts) do que o calculado pelos modelos científicos.

Agora, uma colaboração internacional descobriu que esse "excesso de raios gama" na verdade se estende até energias na faixa dos teraelétron-volts (TeV: 1012 elétron-volts).

Esta é a luz de maior energia já observada no Sol, e nenhuma teoria previa que ela pudesse ser tão forte.

Esta descoberta, que tem implicações para a nossa compreensão das atmosferas estelares e da física das astropartículas, foi feita pelo Observatório Cherenkov de Água de Alta-Altitude (HAWC: High-Altitude Water Cherenkov), no México, que observa os céus usando sensores em tanques de água - eles são conhecidos como telescópios Cherenkov.

Os raios gama solares são produzidos quando partículas de alta energia, chamadas raios cósmicos, se dirigem para a superfície do Sol, mas são desviadas pelo campo magnético solar. À medida que essas partículas se afastam da superfície do Sol, elas interagem com o gás na atmosfera solar, criando raios gama.

Detectada luz mais forte já emitida pelo Sol
Excesso inesperado de raios gama solares captado pelo Observatório.
[Imagem: HAWC Collaboration]

Eficiência na geração de raios cósmicos

As teorias científicas, e os modelos computadorizados baseados nelas, preveem o número de fótons emitidos em uma determinada energia assumindo certas propriedades dos raios cósmicos, do campo magnético do Sol e da atmosfera solar.

A Colaboração HAWC se propôs a observar essas previsões, e apresentou agora a primeira detecção de raios gama TeV do Sol, uma descoberta baseada em mais de seis anos de dados.

O fluxo é muito maior do que o previsto, indicando que as interações entre os raios cósmicos e a atmosfera solar são notavelmente eficientes na produção de raios gama.

Além disso, o fluxo de raios gama TeV varia na proporção inversa do nível de atividade solar, sugerindo que o campo magnético do Sol afeta o fluxo de partículas, um resultado que será útil para a construção de novos modelos mais precisos.

Os pesquisadores afirmam que seu trabalho exigirá a elaboração de uma nova estrutura teórica, que possa explicar o excesso de raios gama solares nas energias GeV e TeV.

Bibliografia:

Artigo: Discovery of Gamma Rays from the Quiescent Sun with HAWC
Autores: A. Albert et al. (HAWC Collaboration)
Revista: Physical Review Letters
Vol.: 131, 051201
DOI: 10.1103/PhysRevLett.131.051201
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