MCT - 29/07/2010
Ciência contra o desmatamento
Apesar do tema central da 62ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) ser o mar, a Amazônia foi debatida na conferência Adaptabilidade biológica em tempos de mudanças climáticas, ministrada por Adalberto Val, diretor do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa).
No auditório lotado, alunos e pesquisadores conheceram um pouco das várias pesquisas desenvolvidas pelo Inpa e que serviram de base para as discussões sobre a influência das mudanças climáticas sobre a região.
O pesquisador do Inpa defendeu o desmatamento zero na região Amazônica e afirmou que é possível usar as áreas já degradadas para o uso do homem. Ele lembrou da importância da pesquisa científica pra o desenvolvimento da Amazônia de maneira racional.
"Ninguém desmata porque quer, desmata pela necessidade. É aí que a ciência tem um papel importante, é necessário oferecer alternativas para produtos e processos a partir da floresta de tal forma que possamos ter geração de renda e inclusão social. Isso ajudaria a reduzir a pressão sobre a floresta", enfatizou.
Evolução amazônica
Durante a conferência, foi feito um breve histórico da evolução dos serves vivos na Amazônia e como eles se adaptaram as mudanças que ocorreram de maneira natural ao longo dos anos.
O diretor citou o caso do Tambaqui, peixe comum na Amazônia, que ao longo de sua evolução desenvolveu um mecanismo para respirar em um ambiente aquático pobre em oxigênio. O peixe vai até a superfície e, através do alongamento do lábio inferior, catalisa o oxigênio da primeira lâmina de água, rica em oxigênio.
Segundo Adalberto Val, a preocupação da comunidade científica é saber se agora os animais vão ser capazes de se adaptarem as novas condições causadas pelas mudanças climáticas. "Os animais vão ter que se adaptar ainda mais, devido às mudanças climáticas. Pode ser que eles não consigam e morram. É isso que vem sendo estudado", disse.