Com informações do MCT - 07/01/2011
Em 2015, o Brasil terá seu primeiro depósito nacional de rejeitos radioativos.
Nesse depósito ficarão armazenados os rejeitos de baixa e média atividade das usinas nucleares brasileiras, da fábrica de combustível das Indústrias Nucleares do Brasil (INB), localizada em Resende (RJ), e do descomissionamento de reatores de pesquisa.
O Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear (CDTN), em Belo Horizonte (MG), é o responsável pela concepção, a construção e o licenciamento do empreendimento, cujo detalhamento será feito ao longo de 2011.
Rejeitos radioativos
Hoje, os rejeitos das usinas nucleares do país são armazenados dentro de depósitos iniciais, previstos por normas internacionais, situados dentro das próprias unidades. O mesmo vale para as instalações do ciclo do combustível nuclear.
Os rejeitos de baixa e média atividade são constituídos, principalmente, por resíduos da purificação da água dos reatores, imobilizados em matriz de cimento ou em betume, além de roupas, filtros, papéis e outros materiais utilizados em instalações nucleares.
Esses rejeitos são colocados em embalagens metálicas de 1 metro cúbico ou em tambores metálicos de 200 litros, que serão acondicionados em contêineres de concreto no novo depósito, com monitoração 24 horas por dia.
Mattos afirma que o repositório é um projeto-chave para o setor, na medida em que viabiliza a operação de Angra 3 e das usinas posteriores. "A construção do depósito é fundamental para garantir o avanço do Programa Nuclear Brasileiro (PNB). É importante ressaltar que essa é uma tecnologia madura, amplamente utilizada em todo o mundo", destaca o diretor do CDTN.
Quem vai querer
O local que sediará o repositório ainda não foi escolhido. Segundo o diretor do CDTN, João Roberto Loureiro de Mattos, o processo de seleção levará em conta fatores como a densidade populacional da região e a existência de áreas de preservação e de mananciais de água.
A construção do depósito faz parte das exigências do licenciamento ambiental de Angra 3, realizado pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
De acordo com as determinações do Ibama, as instalações do repositório precisam estar licenciadas até o início da operação da usina. A responsabilidade pelo empreendimento é da Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen), que colocou o CDTN à frente do desenvolvimento do projeto.