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Conferência do clima termina com resultados questionáveis

Com informações da BBC - 10/12/2012


Obrigatório para os pobres

A conferência da ONU sobre o clima em Doha, no Catar, chegou ao seu final neste sábado com o que os especialistas chamam de uma mudança histórica em termos de princípios.

O texto final "sugere" que as nações ricas mobilizem pelo menos US$ 10 bilhões ao ano entre 2015 e 2020, quando o novo acordo global para o clima deve entrar em vigor, para compensações pelos efeitos das mudanças climáticas.

Esta é a primeira vez que um documento internacional cita que as nações ricas devem começar a compensar as nações pobres por perdas em consequência das mudanças climáticas - embora sem qualquer obrigatoriedade.

Na verdade, o acordo determina metas obrigatórias apenas para as nações em desenvolvimento, cuja parcela de responsabilidade pela emissão de gases do efeito estufa é de menos de 15%.

Quioto estendido

Apesar de ter terminado sem avanços em termos de cortes de emissões de gases do efeito estufa, os negociadores conseguiram um acordo para estender o Protocolo de Quioto até 2020.

O acordo, apoiado por quase 200 países, mantém o protocolo como o único plano legal obrigatório para o combate ao aquecimento global.

Os grandes emissores como os Estados Unidos, a União Europeia e a China aceitaram o acordo com graus variados de reservas.

Já o representante das pequenas ilhas gravemente ameaçadas pelas mudanças climáticas foi feroz em suas críticas.

"Vemos o pacote diante de nós profundamente deficiente na mitigação (cortes de emissões) e no financiamento. É provável que vá nos manter na trajetória de aumento de 3, 4 ou 5 graus nas temperaturas globais, apesar de termos concordado em manter um aumento de temperatura de no máximo 1,5 grau para garantir a sobrevivência de todas as ilhas", afirmou.

Poluição nos acordos

O novo mecanismo proposto de Perdas e Danos, para compensar as nações em desenvolvimento, é considerado um exemplo de sucesso no processo diplomático.

Até agora as nações ricas aceitavam ajudar financeiramente países em desenvolvimento a adotar projetos de energia limpa para combater as mudanças climáticas, mas não aceitavam responsabilidade pelos danos causados em outros lugares pelas mudanças climáticas.

Em Doha esse princípio mais amplo foi aprovado.

A maior tarefa dessas duas semanas de conferência foi o desenrolar do emaranhado de acordos do clima que foi crescendo aos pedaços nos últimos 15 anos.

A sensação geral é de que um bom trabalho de limpeza foi feito para ajudar a ONU a partir para a próxima fase, com o objetivo de conseguir um acordo com responsabilidades globais.

As discussões preliminares sobre isso já aconteceram, e deixaram evidente que um acordo global que seja justo para todos os lados será monumentalmente difícil.

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