Com informações da Agência Brasil - 06/12/2013
A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, criticou a exploração de gás de xisto como estratégia para reduzir as emissões de gases que provocam o efeito estufa.
"Eu acho isso [exploração de gás de xisto para essa finalidade] insuficiente", disse a ministra. "De fato, não está dando grande mudança e, por outro lado, trabalha-se com tecnologias que podem implicar danos ambientais muito graves."
Izabella ressaltou que os países interessados precisam conhecer as técnicas disponíveis e que não é tradição brasileira adotar a tecnologia de fraturamento de rochas, necessária nesse tipo de atividade.
"Continuo trabalhado para que possamos ampliar a matriz energética brasileira do ponto de vista renovável", ressaltou a ministra.
Ela alertou que é preciso evitar situações em que o Brasil seja exposto, em função de tecnologias não adequadas ambientalmente, à contaminação de lençóis freáticos.
A ministra reuniu-se com representantes do Instituto Brasileiro de Petróleo e de todas as empresas envolvidas na pesquisa.
Segundo ela, está sendo criado no Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) um grupo de especialistas para colocar à disposição caminhos de capacitação, qualificação e acesso à informação.
O grupo também será responsável pela preparação dos ritos de tramitação de licenciamento ambiental que serão usados no caso de o Brasil, em algum momento, optar pela exploração comercial do gás de xisto.
Gás de folhelho
Embora seja uma usada de forma corrente, gás de xisto é uma denominação incorreta para o gás de folhelho.
O xisto é é uma rocha metamórfica que sofreu grandes transformações geológicas, não dando origem a gases.
Já o folhelho, é uma rocha sedimentar, cujo grande volume de matéria orgânica dá origem ao gás
O gás de folhelho é um dos três tipos de gases não-convencionais cuja ocorrência não está associada a bolsões de gás nas camadas de petróleo.
O fraturamento hidráulico (fracking, em inglês), citado pela ministra, é uma técnica controversa, proibida em vários países, devido ao risco da geração de terremotos.