Tom Simonite - New Scientist - 21/08/2006
Pesquisadores suecos desenvolveram equipes de robôs que podem acionar remotamente os sensores e os computadores uns dos outros para desempenhar tarefas complicadas. Os robôs podem, por exemplo, negociar seu caminho entre obstáculos complicados distribuindo diferentes pontos de vista uns para os outros.
Robert Lundh, que desenvolveu os robôs na Universidade Örebro, diz que o comportamento cooperativo normalmente é rigidamente programado nos robôs. "Nós queremos que os robôs planejem eles mesmos como utilizar suas próprias capacidades e as dos outros," disse ele à New Scientist.
Os robôs do Dr. Lundh decidem se outro robô nas proximidades pode ser capaz de ajudar em uma tarefa específica. Em um experimento, dois robôs circulares, cada um com 45 cm de diâmetro e 25 cm de altura, se uniram para negociar seu caminho através de uma porta. Eles foram forçados a cooperar porque o sistema de visão de cada um dos robôs foi limitado, de forma que cada um deles não conseguia ver suficientemente a porta para se garantir de que seria capaz de atravessá-la sem bater nas suas laterais.
Visão estéreo
O primeiro robô decidiu que era necessário acessar remotamente a câmera de seu companheiro e então navegar através da porta utilizando as imagens tanto da sua própria câmera quanto da câmera do seu colega. Uma vez tendo passado pela porta, ele virou-se e retribuiu o favor, ajudando o segundo robô a ter um campo de visão mais amplo.
"Nosso sistema permite que os robôs comecem com uma tarefa, definam quais capacidades são necessárias [para desempenhá-la] e descubram como acessar essas capacidades," explica Lundh. "Se você não tem você mesmo as capacidades, você tem que procurar por elas."
Outro experimento envolveu um par de robôs carregando um pedaço de madeira equilibrado sobre as cabeças de ambos. Um dos robôs capturou as informações sobre a velocidade e a direção do outro para manter a madeira corretamente equilibrada.
Equipes flexíveis
A força do sistema, diz Lundh, está no fato de que os robôs podem adaptar seu trabalho de equipe para a tarefa que deve ser desempenhada, e à disponibilidade de parceiros em potencial. "Os humanos não existem em equipes fixas," diz ele. "Eles cooperam na medida da necessidade."
Ken Young, um especialista em robótica da Universidade de Warwick, Inglaterra, acredita que faz sentido modelar a cooperação dos robôs a partir da cooperação dos humanos. Ele acrescenta que equipes de pequenos robôs deverão ser mais efetivas do que grandes robôs individualmente. "Os humanos trabalham em conjunto regularmente e combinam habilidades para desempenhar tarefas que não podem fazer sozinhos," disse ele à New Scientist. "Este é um caminho óbvio para se seguir com os robôs também."
Lundh espera testar o novo sistema no interior de uma casa inteligente, cheia de câmeras e etiquetas de rádio-freqüência (RFID) que marcam locais específicos. Os robôs também poderão capturar informações desses sistemas.