Redação do Site Inovação Tecnológica - 23/01/2004
Hoje, um dos grandes desafios do setor de óleo e gás é descobrir esses recursos quando eles estão escondidos debaixo de rochas de sal, no fundo do mar. A revitalização dos poços de petróleo no Golfo do México, por exemplo, deve-se à descoberta do óleo no chamado sub-sal. Ela é de interesse direto do Brasil, devido à estratégia da Petrobras de buscar projetos internacionais de exploração e produção em águas profundas.
Mas podem ocorrer problemas importantes durante a perfuração de poços para prospecção de petróleo, caso sejam encontradas formações de rochas salinas, especialmente quando elas tiverem grande espessura e profundidade.
As características naturais dessas rochas, que tendem a deformar com o tempo, levam a dificuldades de operação que podem provocar perda total da perfuração. Uma perda dessas gera um prejuízo da ordem de 15 milhões de dólares.
Para diminuir esse risco, o IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas de São Paulo) e o Centro de Pesquisas da Petrobras (Cenpes) desenvolveram um aparato laboratorial inovador. Com ele podemos obter as características de deformação da rocha ao longo do tempo, que é chamada de fluência, nas condições que estão presentes nos poços. São ensaios longos, que podem durar até vários meses.
Com esse conhecimento, é possível dimensionar adequadamente as operações de perfuração, simulando qual será o comportamento das rochas, para identificar a hora de retirar a broca e instalar o revestimento no furo em tempo hábil.
O sucesso alcançado pela Petrobras nas perfurações baseadas em parâmetros obtidos nos laboratórios do IPT amplia as perspectivas para os campos produtores de óleo e gás na costa brasileira, que estão localizados em águas profundas.